Orgulho!

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domingo, 30 de janeiro de 2011

PASSAGEIRO DA AGONIA - Três perguntas sobre

TRÊS PERGUNTAS SOBRE

A demolição da velha
Estação Férrea de
Cachoeira

Há muitas lacunas sobre a época em que se decidiu pela demolição?
" Sim. Inúmeras. O prefeito Pedro Germano não demoliu sozinho, então por que tamanha timidez das ações contrárias ao projeto? Verdade que a demolição era quase unanimidade, mas a abertura da rua era caso de vida ou morte? Arquitetos, engenheiros, Secretaria de Obras, forças vivas, cidadãos e amantes das coisas históricas parece que ficaram confundidos ou cegos. Por que outras cidades preservaram e temos que sentir inveja dos lugares que ainda ostentam orgulhosamente este naco da sua história? Por que a Estação de Ferreira agoniza hoje, repetindo a história diante dos nossos olhos insensíveis?".

O que acontece com o leito dos trilhos desativados?
" Parte do leito foi invadido e transformado num loteamento clandestino, conhecido como Beco dos Trilhos, hoje Bairro Virgilino Zinn. O que houve com as demais áreas? Vendidas, doadas, comodato? Nas palavras textuais de Armando Fagundes, até pouco tempo a Prefeitura não tinha título de domínio e estaria pretendendo usucapir: “Não tenho conhecimento de que algum trecho tenha sido vendido ou loteado. Na verdade, tudo foi invadido”.

O que aconteceu com o transporte ferroviário?
" Um dia decidiu-se unilateralmente que o tempo dos trens de passageiros havia chegado ao fim. Ninguém perguntou se os passageiros assim desejavam. Talvez tenha havido o esgotamento de um modelo. Então teria sido natural que ele fosse renovado, o que não ocorreu. Ele foi extinto e os passageiros dos trilhos ou passaram a comer poeira ou cheirar fumaça de óleo diesel. O trem de passageiros que fazia a linha Porto Alegre - Uruguaiana, passando por Cachoeira, foi desativado em novembro de 1991. Na época, o agente ferroviário Pedro Moacir Moraes informou que a medida tinha por objetivo “reduzir as despesas” e que a RFFSA vinha enfrentando problemas com a ociosidade dos trens. Também não havia investimento do governo federal, então não “restava” outra alternativa. Ainda resistiam duas linhas: em 1993 ainda havia a linha que saía de Porto Alegre às 8h20min e cruzava por Cachoeira às 15h, com destino a Uruguaiana e Livramento. A esperança dos funcionários era a privatização, cujo edital foi publicado em maio de 1993. Na Estação Ferroviária da Vila Oliveira o movimento caiu 10 anos depois para um trem por semana. Alegando déficit e falta de recursos, a RFFSA anuncia o fim da linha. Em 3 de fevereiro de 1996 despede-se o último trem de passageiros".

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