Orgulho!

Orgulho!

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

'Sejamos alegres enquanto é tempo'

Johannes Brahms (1833 - 1897)
'Sejamos alegres enquanto é tempo'

Breslau/Wroclaw


sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

ABAIXO-ASSINADO - COLABORE!




Imagens clicadas por Renato Thomsen

'O Príncipe dos Observadores'



 Johann Friedrich Theodor Müller, o 'Príncipe dos Observadores', nasceu em Erfurt, Alemanha, no ano de 1822. Chegou em Blumenau, SC, em 1852 e parece ter sido um dos maiores e ao mesmo tempo desconhecidos pesquisadores do século XIX. Discípulo de Darwin, mantinha estreita correspondência com este, de quem recebeu o título supracitado. Müller faleceu em Blumenau e nesta cidade existe hoje o Museu de Ecologia que leva o seu nome.

Museu de Ecologia Fritz Müller, Blumenau, Santa Catarina

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Eva Cassidy - Autumn Leaves

Eva partiu cedo e nos legou lindas e inesquecíveis interpretações!


quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Walachai no 'Ano da Alemanha no Brasil'

DOCUMENTÁRIO WALACHAI
'BRILHANDO'
Texto publicado no 'Segundo Caderno' do Jornal Zero Hora
Data: 27.11.2012
Roger Lerina
Colaboração: Ricardo Baumhardt

 

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

CASA DE PASSAGEM

'Um dos ' projetos do Hospital de Caridade e Beneficência
Arquivo: Ilsa Ribeiro



quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Espeto 'esperto' nos idos de 1934, Linha Contenda

Visita à D. Finoca Carvalho Bernardes na Linha Contenda, Rincão da Porta.
O espeto bem esperto parece ser a grande atração do encontro acontecido
nos idos de 10 de fevereiro de 1934
Acervo pessoal



sábado, 29 de setembro de 2012

D. Pedro II passou ou não passou pela Ponte de Pedra?

A foto da Ponte de Pedra é do Renato Thomsen e a de D. Pedro II é de Marc Ferrez

O texto é do Jornal 'O Correio', porém no recorte não consta a data.
O texto provém de um rico material da professora Ione M. S. Carlos

... E então? Passou ou não passou?

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Pausa para saborear uma melancia ...

Consta atrás:
Leontino Bartmann com bandoneon.
O caminhão também usado como veículo de passageiros pertencia ao tio Affonso Bartmann*
Foto 1927
* Tio do meu pai, Carlos Augusto (de camisa branca à direita), irmão da mãe de Carlos, Marie Antoinette, minha avó paterna
Affonso 'Alfons' Bartmann teve sete filhos: Leontino Lindolfo (o rapaz do bandoneon), Mario Aldonivo, Arnaldo, Almiro, Herta, Lauro e Márcia**.
** Uma das filhas de Márcia chama-se Marlene Friedrich Figueiró, professora, casada com Rômulo Figueiró, um dos proprietários da Fazenda farroupilha Lajeado, cuja história foi publicada no Jornal do Povo no dia 20 de setembro de 2012.

Na foto de 1917 ou 1918, o menino do bandoneon aparece ao lado do seu avô, o imigrante Jacob Moritz August Bartmann e da irmã, Hertha Bartmann (a menina de chiquinhas). 
Jacob nasceu em 1834 em Weilburg an der Lahn e era casado com Margaretha Weirich, nascida em 1844 e também nascida em Weilburg.

A Linha Contenda ou Rincão da Porta compõe uma área de colonização conhecida como Colônia Santo Ângelo da qual fizeram parte os atuais municípios de Agudo, Paraíso do Sul, parte de D. Francisca e Cachoeira do Sul.
Foi uma antiga colônia oficial  organizada pelo governo da Província de São Pedro do Rio Grando do Sul com o apoio do Império. A sua fundação foi decretada pela lei Provincial de 30 de novembro de 1855. Entretanto, seu povoamento só foi iniciado em 1857.

Fonte: História da Colônia Santo Ângelo, William Werlang

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Jornal Correio do Povo

Juremir Machado da Silva

ANO 117 Nº 361 - PORTO ALEGRE, TERÇA-FEIRA, 25 DE SETEMBRO DE 2012


Grupo Cicloativado de Cachoeira do Sul

DIA MUNDIAL SEM CARRO

Foto: cortesia Rodrigo Carlos (como o Rodrigo também está na foto, outra pessoa clicou o grupo)

FUTURO DO PRETÉRITO

Porto Alegre rodou para frente. Começou a alugar bicicletas, como fazem grandes cidades europeias. O futuro está no passado: trens, bicicletas, barcos, bondes, sol, natureza. Precisamos deixar a era JK para trás. O tempo do automóvel e do rodoviarismo caducou. Vivi quase seis anos em Paris e não sei onde fica a estação rodoviária da cidade. Conheço bem as suas seis estações ferroviárias. A capital francesa orgulha-se de não ter uma só residência a mais de 500 metros de uma boca de metrô. Esses europeus sempre foram muito chatos. Começaram a construir metrôs subterrâneos ainda no século XIX, quando se andava de carroça. Andam de bicicleta pela saúde e pela facilidade.

De quebra, não colocam motores nas bicicletas. Os franceses não chamam bicicleta de bike. É só vélo.

- On va faire du vélo pour maigrir.

Assim mesmo: andar de bicicleta para emagrecer. Por aqui, ainda temos preconceitos, e os motoristas, com seus 4 x 4 absurdos e inúteis para a vida urbana, acham-se os donos das ruas. Há pouco, Porto Alegre fez uma grande descoberta: o rio Guaíba. Ressurgiu o transporte de barco entre a Capital e a cidade de Guaíba. A ideia foi tão revolucionária que está sendo ampliada para nossos bairros. Faz alguns anos, moderno era andar de ônibus e levar o dobro do tempo. Eu sou a favor de multa pesada para quem ocupa sozinho um carro em horário de pico. Quanto maior o carro, maior a multa. As pistas devem servir preferencialmente para transportes coletivos e limpos. Em quatro pistas, uma poderia ser destinada aos carros particulares. Na bucha.

Mesmo a Europa ainda está atrasada em relação a tudo isso. Vai acelerar. Alguns dos nossos motoristas sentem-se ultrajados por ter de dividir o espaço das ruas com bicicletas. Acham que bicicleta é coisa de pobre. O mesmo pensam os ricaços paulistanos e cariocas do metrô. Só gostam de subterrâneo em Paris, Londres e Nova Iorque. Aí é chique, fashion, choque. Porto Alegre cansou de ser moderna. Agora quer ser hipermoderna. A hipermodernidade é a bicicleta, o metrô, o barco, o deslocamento a pé, as energias limpas, o uso do corpo para se mexer. Para avançar, temos de recuar. Tudo aquilo que foi enterrado como anacrônico, reaparece como solução. Até o piquenique, que os europeus nunca desdenharam, está voltando aqui. Brasileiros achavam que era um baita mico.

A pós-modernidade condenou o cigarro, as caçadas e uma série de preconceitos. Abriu os armários. A hipermodernidade é um novo estágio que não dá mole para combustíveis fósseis, bullying, humor racista e outras sacanagens do gênero. Triunfo do politicamente correto? Em parte. Vitória da idiotice? Só se incomoda mesmo com o politicamente correto quem se beneficiava da incorreção, quem tinha poder ou força para humilhar os outros. A principal característica da hipermodernidade é a redefinição do espaço urbano: uma nova ocupação das ruas, o fim do reinado absolutista ditatorial do automóvel.

Juremir Machado da Silva | juremir@correiodopovo.com.br

sábado, 22 de setembro de 2012

Um clássico de 100 anos!


Fragmento: jornal Correio do Povo, sexta-feira, dia 21 de setembro de 2012

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

400 anos da Dinastia Romanov - Postal Antigo


Este postal do Império Russo completará 100 anos em 2013. Guardado pela minha mãe durante muitos anos, não sei como chegou até as mãos dela, só sei como chegou até as minhas ... Datado de 1913, é comemorativo aos 300 anos da Dinastia Romanov, e só três anos antes do estouro da Revolução Russa. No centro do postal, da esquerda para a direita, Ivan, o Terrível (1530-1584), o príncipe Alexei (1904-1918) e seu pai, o czar Nicolau II (1868-1918). Alexei, suas quatro irmãs, a mãe, o pai, o médico da família, um servo e uma camareira foram assassinados pelos bolcheviques em 17 de julho de 1918, nos Urais.

OS HOMENS DE PRETO - OS GAUDÉRIOS.mpeg

Aqui começa minha história

O livro a caminho do fim. Prazo com todas as possíveis e imagináveis concessões de mãe para filho mimado: seis meses ... Setembro não conta ...

Imagem: cortesia Ulrike e Rainer Kolvenbach
Local: Streek bei Varel, Landkreis Friesland, Oldenburg, Baixa Saxônia
Os primeiros registros do clã Ruseler, datados de meados do século XVII, estão neste lugar.                          

Aqui começa minha história. Quando ela será concluída? Boa pergunta!
Hier beginnt meine Geschichte. Wann wird es fertig sein? Gute Frage!
"Die Ruselers von Oberhausen (Spuren der Familie in Brasilien)"
Os Ruseler de Oberhausen (Traços da família no Brasil)

domingo, 16 de setembro de 2012

As "lojas de antiguidades" estão cheias desses botins ...


Obviamente foram rapinadas para comércio. 

Devem ter sido negociadas por uma pequena fortuna cada uma. Casas antigas após a morte dos seus proprietários são pasto para urubus que vêm para saciar a fome pelos seus botins. 

Uma pena mas é assim, bem assim ...

sábado, 8 de setembro de 2012

Políticos latifundiários, de Juremir Machado da Silva

DESUMANIZAÇÃO
[Jorge Ritter]
A maior decomposição química

O homem se transformando em ratos

Ratos animais fugitivos

E os homens?

Os homens...

Que fujam.

Políticos latifundiários

Juremir Machado da Silva
Correio do Povo, 8 de setembro de 2012

Que país surpreendente este nosso Brasil. Quando a gente pensa que uma coisa é uma coisa, essa coisa já outra coisa. PP e Dem não são os partidos com o maior número de grandes proprietários de terra. Perderam a liderança para o PSDB e o PMDB. Continuamos originais. Somos talvez o único país do mundo com uma social-democracia latifundiária. O livro do jornalista Alceu Luís Castilho, "Partido da Terra, como os Políticos Conquistam o Território Brasileiro" (Contexto), explica como seu deu essa formidável mutação. Com base em dados fornecidos pelas candidatos à Justiça Eleitoral, apresenta,a com nomes, hectares e valores, quando estes não são sonegados, o mapa desses novos coronéis rurais.
Nossos representantes controlam mais de 2 milhões de hectares. Nada de extraordinário para 12.292 políticos. Uma porção de terra do tamanho de Sergipe. Com alguns ajustes, fica maior que Alagoas, Haiti e Bélgica. João Lyra refestela-se em 53.108 hectares. O ex-governador Newton Cardoso nem consegue chegar a 200 mil hectares . Contenta-se com 185 mil em 1.545 fazendas. A empresa de um certo Joaquim Reis explora esquálidos 500 mil hectares. Blairo Maggi, que foi do PPS, o ex-partido comunista, planta grãos em míseros 203 mil  hectares, sendo humilhado por seu primo, Eraí, que ocupa 380 mil hectares. Essa turminha com espírito cívico detém 1,2% do território brasileiro. Só ficamos atrás do Paraguai em concentração de terras. Alguns políticos, contudo, são modestos proprietários. O conhecido Geddel Vieira Lima só tem 10 mil hectares. Íris Resende não vai além de 21 mil. O pobre do Eunício Oliveira só tem 8 mil. A média de hectares por senador é modestíssima: quase mil.
Como conseguem eles viver assim? Um mistério.
Alceu Castilho é um chato. Dá muitos números enfadonhos. Fica mostrando que 211 políticos possuem mais de 2 mil hectares cada um. Prova que 346 possuem 77% dos 2 milhões de hectares declarados. Revela que 77 são donos de mais de 5 mil hectares cada um. Assinala que 29 deles cercam 612 mil hectares. Atenção, ignorantes, não venham falaar em latifúndio. Esse é um termo técnico variável por região e município. Um latifúndio por extensão precisa ter, segundo o autor, 600 módulos fiscais. Na região Norte, um módulo fiscal vai de 50 a 100 hectares. Ou seja, para ser latifúndio precisa somar 30 a 60 mil hectares. Prova de que o latifúndio esta praticamente extinto no Brasil. Castilho enfatiza: "Nenhuma terra brasileira com até 3 mil hectares seria, ainda, latifúndio por extensão". Restam os latifúndios por (falta de) exploração. Que coisa! Não?
Tem 31 políticos commais de 10 mil hectares cada um. Os prefeitos adoram a vida rural. Alguns não se controlam e usam trabalho escravo. Muitos compram terras longe dos seus currais eleitorais. Amam São Félix do Xingu, um município devastador e flamejante. Entre agosto de 2009 e agosto de 2010 teve 15,9 mil hectares de floresta queimados e 30,6% dos focos de incêndios do Pará. Vez ou outra, políticos esquecem de declarar alguns milhares de hectares ou de cabeças de gado. Inflam e desinflam preços. Chega a ter hectares a 13 centavos.

Ilustração: João Luís Xavier
Correio do Povo


sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Parabéns, Pátria Minha, pelo teu dia!

Pátria Minha
 
Vinicius de Moraes


A minha pátria é como se não fosse, é íntima
Doçura e vontade de chorar; uma criança dormindo
É minha pátria. Por isso, no exílio
Assistindo dormir meu filho
Choro de saudades de minha pátria.

Se me perguntarem o que é a minha pátria direi:
Não sei. De fato, não sei
Como, por que e quando a minha pátria
Mas sei que a minha pátria é a luz, o sal e a água
Que elaboram e liquefazem a minha mágoa
Em longas lágrimas amargas.

Vontade de beijar os olhos de minha pátria
De niná-la, de passar-lhe a mão pelos cabelos...
Vontade de mudar as cores do vestido (auriverde!) tão feias
De minha pátria, de minha pátria sem sapatos
E sem meias pátria minha
Tão pobrinha!

Porque te amo tanto, pátria minha, eu que não tenho
Pátria, eu semente que nasci do vento
Eu que não vou e não venho, eu que permaneço
Em contato com a dor do tempo, eu elemento
De ligação entre a ação o pensamento
Eu fio invisível no espaço de todo adeus
Eu, o sem Deus!

Tenho-te no entanto em mim como um gemido
De flor; tenho-te como um amor morrido
A quem se jurou; tenho-te como uma fé
Sem dogma; tenho-te em tudo em que não me sinto a jeito
Nesta sala estrangeira com lareira
E sem pé-direito.

Ah, pátria minha, lembra-me uma noite no Maine, Nova Inglaterra
Quando tudo passou a ser infinito e nada terra
E eu vi alfa e beta de Centauro escalarem o monte até o céu
Muitos me surpreenderam parado no campo sem luz
À espera de ver surgir a Cruz do Sul
Que eu sabia, mas amanheceu...

Fonte de mel, bicho triste, pátria minha
Amada, idolatrada, salve, salve!
Que mais doce esperança acorrentada
O não poder dizer-te: aguarda...
Não tardo!

Quero rever-te, pátria minha, e para
Rever-te me esqueci de tudo
Fui cego, estropiado, surdo, mudo
Vi minha humilde morte cara a cara
Rasguei poemas, mulheres, horizontes
Fiquei simples, sem fontes.

Pátria minha... A minha pátria não é florão, nem ostenta
Lábaro não; a minha pátria é desolação
De caminhos, a minha pátria é terra sedenta
E praia branca; a minha pátria é o grande rio secular
Que bebe nuvem, come terra
E urina mar.

Mais do que a mais garrida a minha pátria tem
Uma quentura, um querer bem, um bem
Um libertas quae sera tamem
Que um dia traduzi num exame escrito:
"Liberta que serás também"
E repito!

Ponho no vento o ouvido e escuto a brisa
Que brinca em teus cabelos e te alisa
Pátria minha, e perfuma o teu chão...
Que vontade de adormecer-me
Entre teus doces montes, pátria minha
Atento à fome em tuas entranhas
E ao batuque em teu coração.

Não te direi o nome, pátria minha
Teu nome é pátria amada, é patriazinha
Não rima com mãe gentil
Vives em mim como uma filha, que és
Uma ilha de ternura: a Ilha
Brasil, talvez.

Agora chamarei a amiga cotovia
E pedirei que peça ao rouxinol do dia
Que peça ao sabiá
Para levar-te presto este avigrama:
"Pátria minha, saudades de quem te ama...
Vinicius de Moraes."

Texto extraído do livro "Vinicius de Moraes - Poesia Completa e Prosa", Editora Nova Aguilar - Rio de Janeiro, 1998, pág. 383.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

DOIS POETAS

Fernando Melo, militante comunista e natural de Pelotas, deixou uma obra póstuma, a novela "Os fios telefônicos" escrita em 1948, um ano antes portanto, de ser assassinado. Foi publicada pela Editora Universitária da UFPEL. Seus assassinos nunca foram punidos.
Fonte: UFPEL

Leonor Scliar Cabral é doutora em Linguística pela USP, Professor Emeritus, titular aposentada pela UFSC e pós-doutorada pela Universidade de Montreal. Possui dezenas de de títulos e trabalhos publicados no Brasil e no exterior.
Fonte: CNPQ

Seu marido, Plínio Cabral, jornalista, bacharel em Direito e publicitário. Foi militante comunista (marxista-leninista) e stalinista feroz até a medula. Natural de Santa Maria, foi repórter de Libertação (1945) órgão da intelectualidade do PCB. Foi também repórter da revista Horizonte entre 1949 e 1958. De repente trocou de lado, aliou-se ao que havia de mais reacionário no Estado e ajudou a preparar o Golpe de 1964. Foi premiado com o cargo de Chefe da Casa Civil do governo Ildo Meneghetti (1963-1965). Publicou, ainda, Política Sem Cartola Rio de Janeiro: Record Editora, onde ataca seus antigos companheiros.

Fonte: Dicionário Ilustrado da Esquerda, João Batista Marçal e Marisângela Martins, Editora Livraria Palmarinca.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

VENDA DE LEITOS PARA SENHORAS

Fonte: "Guardados" de Sérgio Zanotto

VENDA DE LEITOS PARA SENHORAS

Circular nº  314

Comunico-vos, para os devidos fins que a partir desta data nos casos de venda de leito para senhoras que viajam só, os agentes deve observar os seguintes dispositivos, quer no tráfego interno, como no tráfego externo:

A)     Ao serem vendidos os bilhetes lilás, as bilheterias procurarão colocar sempre as senhoras, que solicitarem apenas um leito, reunidas nas mesmas cabines.

B)     Quando tal não possam conseguir, por se apresentar, em tais condições número ímpar de senhoras, uma das cabines será ocupada por uma senhora apenas, podendo o leito disponível ser vendido em viagem a outra senhora, porém nunca a um cavalheiro, só se aquela concordar, expressamente, em aceitar a companhia do cavalheiro pretendente ao leito vago.


Porto Alegre, 5 de dezembro de 1934.

Homero Dias

P/ Empresa Chefe de Tráfego




BOLETIM INFORMATIVO, REDE FERROVIÁRIA FEDERAL SOCIEDADE ANÔNIMA


Sr. Sérgio Zanotto, posando junto ao último "trem azul", no Museu Municipal Patrono Edyr Lima. A foto fez parte da coluna de Eduardo Florence "O último telegrafista", de 16 de fevereiro de 2008.
Foto: Robespierre Giuliani
Sr. Sérgio Zanotto na gare da Parada 109 entre a Estação Cachoeira e Ferreira. Ao fundo observa-se o ponto de manobras. Segundo Sérgio, a foto é de 1985.

O telegrafista Sérgio Zanotto está em cima da locomotiva, de terno escuro. Perguntei a ele se recordava o nome dos colegas, infelizmente, não.

Tesouros guardados por Sérgio Zanotto.

Renate e Sérgio em 30 de agosto de 2012. Roubei o colete do meu colega Itamar que aparece no vidro atrás tirando a foto. Esta foi boa ... Sérgio já alcança avançada idade mas sua memória é quase nota 10!

sábado, 25 de agosto de 2012

25 de AGOSTO - DIA DO SOLDADO

Enedino, o última ex-combatente brasileiro (residente em Cachoeira)! 
Pelo Dia do Soldado que hoje comemoramos, segue minha homenagem a este senhor que chegou aos 90 anos esbanjando sorriso e simpatia. Enedino faleceu há um ano atrás e para conseguir estas fotos no seu último desfile foi uma ginástica e tanto, mas valeu a pena. O Jornal do Povo * publicou matéria sobre o ex-combatente Enedino em 11 de outubro de 2010.
*Clique sobre o título do jornal para chegar à matéria do repórter Luís Bacedoni.





Os últimos febianos estão partindo ...

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Serenata Monumental Queima das Fitas - Coimbra

O fado é lindo demais ... Esta cerimônia de formatura em Coimbra derrete qualquer coração. Merece ser conferido.

PRAÇAS SÃO ECOS DA CONDUÇÃO DA CIDADE







Nossas praças personificam ecos cotidianos da administração, da urbe ou singelas lembranças pueris. Quando penso nestes locais públicos de Cachoeira, chamados na antiga Grécia de ágoras, a linha do tempo delas configura imagens na minha mente: evolução natural, ficcional, surrealista, aventuras e desventuras.

São quatro as principais: 1ª) Praça do Pelourinho, atual José Bonifácio, a mais antiga, datada de 1830; 2ª) Praça Balthazar de Bem, erigida pouco a pouco, recebeu este nome em 1925; 3ª) Praça-reservatório Borges de Medeiros, construída em 1925 e, por fim, 4ª) a ‘E.T.’ Praça Honorato, nascida Estação Ferroviária, decepada em 1976 por forças ocultas e posteriormente meio recauchutada, meio metamorfoseada.

Um dia a Praça da Matriz sofreu o primeiro esquartejamento, praticado também por forças enigmáticas. Na volta dela, havia um gracioso muro mais ou menos alto com gradil – proteção contra os cavalos e que seria hoje, digamos, altamente pertinente nessa época onde a eficiência e a impunidade da cleptocracia assombram. Roubam-se desde anões de jardim, comida de creche a retroescavadeira (milagrosamente recuperada). Recebeu como vizinho o deus heleno das águas, Poseidon, cercado de beldades – as musas das artes e ciências, esculturas surpreendentemente ainda intactas. Conveniou-se usar a versão latina – Netuno – sem prejuízo algum ao encanto do monumento.

O neoclassicismo temperava os ares pelos olhares do construtivismo. Ao lado da passarela, havia um vizinho nobre, o Teatro Municipal (o segundo), construído em 1900. Quem habitava bem no píncaro da cumeeira, o lugar mais privilegiado? Mistério. Foi condenado à pena capital. Antes da execução, suas últimas palavras devem ter sido lagartos, cobras e pragas por não entender como um santuário cultural de menos de vinte anos desmanchava-se para anos mais tarde dar lugar a uma nova construção, padrão-arquitetônico-Europa-submetida-à-Cortina-de-Ferro. Nesta época, várias escolas públicas foram construídas muito parecidas obedecendo a plantas oficiais cujos critérios eram interrogações. Talvez, um sinal do arranque da massificação das escolas públicas com sua posterior degringolação.

Pelourinho, Ponche Verde, do Mercado ou das Palmeiras, nomes rudes demais cederam espaço a José Bonifácio, a eminência parda da independência, um nome forte, uma praça forte mas ... cadê a praça? O Mercado sucumbiu em 1957. E o Coreto? No lugar da majestade, surgem a negligência e a banalização: pista de skate, calçadão desértico, fonte parada e barzinhos. As dunas são os montículos de entulhos das reformas eternas. Mais? Evaporaram os bancos, a mureta, a escada curva com colunetas, o antigo cinema Coliseu, os potes, o relógio. O coração cachoeirense enfarta: o ventrículo esquerdo chora, o direito uiva tal como a “Casa da Aldeia do Florence”, uma aurícula se retorce, a última delira, febril. Cachoeira está farta.

No início da década de 70, descobriu-se que a Pátria não tinha aqui um altar à altura da dignidade que a Nação merecia. Fácil, muito! Consultou-se um oráculo onde habitavam cupins roedores, motosserras, picões, martelos e brocas. Desmaterializou-se no fumacê, a última praça pública com ares virginais – mas nem tanto ... Sob as fanfarras de ‘Pra Frente, Brasil, Salve a Seleção’ retumbando ainda havia somente dois anos, desfigurou-se a bela vista da Praça Borges de Medeiros com uma espantosa combinação ao estilo água e óleo. Não se misturaram. Acabei de lembrar do artigo do historiador Voltaire Schilling, na Zero Hora, ‘A Capital das Monstruosidades’, onde o autor se refere a um vale dos horrores, devido à existência de monumentos em Porto Alegre, deslocados da órbita do razoável. Foi outro duro golpe, porque a praça já estava desfigurada por reformas anteriores.

Em 1º de junho de 1975, veio abaixo a Estação Ferroviária de Cachoeira do Sul, construída em 1883. Pena capital, assunto tabu. A comunidade virou estátua de sal. Quando se lê qualquer memória de Cachoeira, há um constrangedor vão, um buraco negro cujo espaço hoje, transtornado, abriga gregos e troianos, inferno e paraíso, rios e mares de lágrimas de uma ruptura. Há um imenso campo para o parque, um banheiro público fedorento, um acasalamento de pontos de ônibus, tenebrosos dogs, um camelódromo, um estranho monumento à imigração e um melancólico metro de muro remanescente da antiga Estação. Entre as árvores, no meio deste tabuleiro surreal, uma planta morta, seca e torta. Pergunta ingênua: por que não é construída uma réplica mais modesta? Devolveria à cidade uma tênue luz de respeito e dignidade para com sua história do tempo dos trilhos.

Delirou-se a revitalização da Estação Ferreira para amainar remorsos reprimidos, porém esta, esfiapa-se diante dos vândalos, da ignorância e da cegueira oficial. Segue ainda em pé, assumindo aparência de queijo suíço pelos roubos das aberturas, da cobertura e do assoalho. Parece que foi mesmo um sonho e nada mais.

Cachoeira pulsa e purga seus pecados. Uma histórica cidade, de históricos erros. As ágoras-praças seguem vivas, seguem lembranças, seguem doloridas recebendo, por seus generosos caminhos, seu povo. Parecem não se importar com o fato de que um dia foram cartão postal, refinadas rainhas. Oferecem seus bancos à sua gente, suas sombras ao descanso, o verde ao prazer dos olhares, seus mistérios às saudades de pessoas como eu, apaixonada platonicamente pelo passado intrigante, feliz e infeliz, dos recônditos deste nosso chão.


Publicado no Jornal do Povo, Cachoeira do Sul, em 07 de junho de 2010.


* Subsídios históricos: historiadora Mirian Ritzel, diretora do Núcleo Municipal da Cultura; historiadora Ione Sanmartin Carlos, diretora do Arquivo Histórico Municipal; Museu Municipal Edyr Lima e Felippe Moraes, presidente do COMPAHC.

* Créditos fotográficos: Museu Municipal, Arquivo Histórico, COMPAHC, Osvaldo Cabral de Castro, Renato Thompsen,Oni Lopes, Arquivo CORSAN, acervo pessoal.

* Fotos
NO TOPO:
Monumento ao Imigrante, praça Honorato de Souza Santos.
À ESQUERDA:
Primeira: Estação Ferroviária (foto do início do século XX)
Segunda: Passagem de trem pela Estação Ferreira
Terceira: Praça Borges de Medeiros (década de 30?)
Quarta: Vista aérea do conjunto Praça Balthazar de Bem, Chateau D'Eau, Igreja Matriz, Intendência e Teatro Municipal (década de 20 ou 30?)
À DIREITA:
Primeira: Estação Ferroviária de Ferreira
Segunda: Gazebo na José Bonifácio (demolido)
Terceira: Praça Borges de Medeiros

A CABANA POSITIVISTA CORRE PERIGO!


Foto: cortesia COMPAHC. Entrada da fazenda de Borges de Medeiros em Irapuazinho, município de Cachoeira do Sul

Recentemente a Patrícia Miranda, do Jornal do Povo juntamente com a funcionária Elisabete Farias da Silva, do Museu Municipal Edyr Lima, estiveram na Fazenda de Borges de Medeiros, fazendo um minucioso levantamento fotográfico do local.
O prédio principal, o interior, as benfeitorias, nada escapou das lentes curiosas dos visitantes.
As fotos foram, posteriormente, encaminhadas ao COMPAHC que enviou aos conselheiros imagens da gravidade dos danos, decorrente do abandono do patrimônio e da memória do Rio Grande do Sul.
Aparentemente estas imagens, transmitem normalidade.
Porém, a fazenda está semi-abandonada e entregue ao tempo, ao Minuano e às lembranças de uma época inquieta.



Foto: cortesia COMPAHC. Fazenda de Borges de Medeiros

O ex-governador positivista Antônio Augusto Borges de Medeiros (1863-1961), governou em dois longos períodos, de 1898 a 1908 e de 1913 a 1928. Em 1932 apoiou a Revolução Constitucionalista dos paulistas contra o presidente Getúlio Vargas, seu ex-companheiro do PRR.
Herdeiro político de Júlio de Castilhos, foi o mais importante político gaúcho da República Velha (1930-1945) e responsável pelo domínio do Partido Republicano Riograndense - PRR - durante mais de 40 anos na política gaúcha.
Do tempo de Borges foram criadas a Faculdade de Medicina (1898) e o Instituto de Agronomia (1899), que mais tarde foram reunidos e originaram a UFRGS.
Também encampou a Viação Férrea e o Porto de Rio Grande em 1920, que passou para o controle do governo gaúcho.

O ÚLTIMO PRACINHA

O último ex-expedicionário da guarnição de Cachoeira do Sul chama-se Enedino Elesbão e vai desfilar no dia 7 de Setembro.





Enedino, Etvin e Abrilino (os dois últimos falecidos recentemente)


A COBRA VAI FUMAR, símbolo e grito de guerra dos expedicionários brasileiros.



Leio tanto sobre guerras e batalhas que a cada dia penso ser impossível que haja paz no planeta.
Uma delas nos é muito cara, a Segunda Guerra Mundial pelas dimensões alcançadas.

Segundo Voltaire Schilling, "a Segunda Guerra Mundial, iniciada setembro de 1939, foi a maior catástrofe provocada pelo homem em toda a sua longa história. Envolveu setenta e duas nações e foi travada em todos os continentes (direta ou indiretamente). O número de mortos superou os cinqüenta milhões havendo ainda uns vinte e oito milhões de mutilados.

É difícil de calcular quantos outros milhões saíram do conflito vivos, mas completamente inutilizados devido aos traumatismos psíquicos a que foram submetidos (bombardeios aéreos, torturas, fome e medo permanente). Outra de suas características, talvez a mais brutal, foi a supressão da diferença entre aqueles que combatem no fronte e a população civil na retaguarda. Essa guerra foi total. Nenhum dos envolvidos selecionou seus objetivos militares excluindo os civis.

Atacar a retaguarda do inimigo, suas cidades, suas indústrias, suas mulheres, crianças e velhos passou a fazer parte daquilo que os estrategistas eufemisticamente classificavam como "guerra psicológica" ou "guerra de desgaste". Naturalmente que a evolução da aviação e das armas autopropulsadas permitiu-lhes que a antiga separação entre linha de frente e retaguarda fosse suprimida".





O Brasil enviou à Itália em julho de 1944, 25.334 expedicionários. Destes, 943 morreram e 4000 ficaram feridos durante os onze meses de campanha.


Abrilino e Enedino



O 3º BEC homenageou o último pracinha e todos os demais expedicionários com placas, não diria comemorativas e sim, reflexivas.


Abrilino e Enedino


Abrilino, Enedino e Etvin



Canção do Expedicionário com Letra de Guilherme de Almeida e música de Spartaco Rossi

Ex-expedicionários Enedino, Abrilino e Etvin (da esquerda para a direita) recebem lembranças dadas pelo 3º Batalhão de Engenharia e Combate.

OBS: Os nomes completos dos pracinhas falecidos que acompanhavam Enedino José Elesbão na foto são: Abrilino Luiz de Melo e Etvin Schultz.
As fotos foram gentilmente cedidas pelo Setor de Relações Públicas do 3º BEC, de Cachoeira do Sul.