Orgulho!

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sábado, 29 de setembro de 2012

D. Pedro II passou ou não passou pela Ponte de Pedra?

A foto da Ponte de Pedra é do Renato Thomsen e a de D. Pedro II é de Marc Ferrez

O texto é do Jornal 'O Correio', porém no recorte não consta a data.
O texto provém de um rico material da professora Ione M. S. Carlos

... E então? Passou ou não passou?

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Pausa para saborear uma melancia ...

Consta atrás:
Leontino Bartmann com bandoneon.
O caminhão também usado como veículo de passageiros pertencia ao tio Affonso Bartmann*
Foto 1927
* Tio do meu pai, Carlos Augusto (de camisa branca à direita), irmão da mãe de Carlos, Marie Antoinette, minha avó paterna
Affonso 'Alfons' Bartmann teve sete filhos: Leontino Lindolfo (o rapaz do bandoneon), Mario Aldonivo, Arnaldo, Almiro, Herta, Lauro e Márcia**.
** Uma das filhas de Márcia chama-se Marlene Friedrich Figueiró, professora, casada com Rômulo Figueiró, um dos proprietários da Fazenda farroupilha Lajeado, cuja história foi publicada no Jornal do Povo no dia 20 de setembro de 2012.

Na foto de 1917 ou 1918, o menino do bandoneon aparece ao lado do seu avô, o imigrante Jacob Moritz August Bartmann e da irmã, Hertha Bartmann (a menina de chiquinhas). 
Jacob nasceu em 1834 em Weilburg an der Lahn e era casado com Margaretha Weirich, nascida em 1844 e também nascida em Weilburg.

A Linha Contenda ou Rincão da Porta compõe uma área de colonização conhecida como Colônia Santo Ângelo da qual fizeram parte os atuais municípios de Agudo, Paraíso do Sul, parte de D. Francisca e Cachoeira do Sul.
Foi uma antiga colônia oficial  organizada pelo governo da Província de São Pedro do Rio Grando do Sul com o apoio do Império. A sua fundação foi decretada pela lei Provincial de 30 de novembro de 1855. Entretanto, seu povoamento só foi iniciado em 1857.

Fonte: História da Colônia Santo Ângelo, William Werlang

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Jornal Correio do Povo

Juremir Machado da Silva

ANO 117 Nº 361 - PORTO ALEGRE, TERÇA-FEIRA, 25 DE SETEMBRO DE 2012


Grupo Cicloativado de Cachoeira do Sul

DIA MUNDIAL SEM CARRO

Foto: cortesia Rodrigo Carlos (como o Rodrigo também está na foto, outra pessoa clicou o grupo)

FUTURO DO PRETÉRITO

Porto Alegre rodou para frente. Começou a alugar bicicletas, como fazem grandes cidades europeias. O futuro está no passado: trens, bicicletas, barcos, bondes, sol, natureza. Precisamos deixar a era JK para trás. O tempo do automóvel e do rodoviarismo caducou. Vivi quase seis anos em Paris e não sei onde fica a estação rodoviária da cidade. Conheço bem as suas seis estações ferroviárias. A capital francesa orgulha-se de não ter uma só residência a mais de 500 metros de uma boca de metrô. Esses europeus sempre foram muito chatos. Começaram a construir metrôs subterrâneos ainda no século XIX, quando se andava de carroça. Andam de bicicleta pela saúde e pela facilidade.

De quebra, não colocam motores nas bicicletas. Os franceses não chamam bicicleta de bike. É só vélo.

- On va faire du vélo pour maigrir.

Assim mesmo: andar de bicicleta para emagrecer. Por aqui, ainda temos preconceitos, e os motoristas, com seus 4 x 4 absurdos e inúteis para a vida urbana, acham-se os donos das ruas. Há pouco, Porto Alegre fez uma grande descoberta: o rio Guaíba. Ressurgiu o transporte de barco entre a Capital e a cidade de Guaíba. A ideia foi tão revolucionária que está sendo ampliada para nossos bairros. Faz alguns anos, moderno era andar de ônibus e levar o dobro do tempo. Eu sou a favor de multa pesada para quem ocupa sozinho um carro em horário de pico. Quanto maior o carro, maior a multa. As pistas devem servir preferencialmente para transportes coletivos e limpos. Em quatro pistas, uma poderia ser destinada aos carros particulares. Na bucha.

Mesmo a Europa ainda está atrasada em relação a tudo isso. Vai acelerar. Alguns dos nossos motoristas sentem-se ultrajados por ter de dividir o espaço das ruas com bicicletas. Acham que bicicleta é coisa de pobre. O mesmo pensam os ricaços paulistanos e cariocas do metrô. Só gostam de subterrâneo em Paris, Londres e Nova Iorque. Aí é chique, fashion, choque. Porto Alegre cansou de ser moderna. Agora quer ser hipermoderna. A hipermodernidade é a bicicleta, o metrô, o barco, o deslocamento a pé, as energias limpas, o uso do corpo para se mexer. Para avançar, temos de recuar. Tudo aquilo que foi enterrado como anacrônico, reaparece como solução. Até o piquenique, que os europeus nunca desdenharam, está voltando aqui. Brasileiros achavam que era um baita mico.

A pós-modernidade condenou o cigarro, as caçadas e uma série de preconceitos. Abriu os armários. A hipermodernidade é um novo estágio que não dá mole para combustíveis fósseis, bullying, humor racista e outras sacanagens do gênero. Triunfo do politicamente correto? Em parte. Vitória da idiotice? Só se incomoda mesmo com o politicamente correto quem se beneficiava da incorreção, quem tinha poder ou força para humilhar os outros. A principal característica da hipermodernidade é a redefinição do espaço urbano: uma nova ocupação das ruas, o fim do reinado absolutista ditatorial do automóvel.

Juremir Machado da Silva | juremir@correiodopovo.com.br

sábado, 22 de setembro de 2012

Um clássico de 100 anos!


Fragmento: jornal Correio do Povo, sexta-feira, dia 21 de setembro de 2012

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

400 anos da Dinastia Romanov - Postal Antigo


Este postal do Império Russo completará 100 anos em 2013. Guardado pela minha mãe durante muitos anos, não sei como chegou até as mãos dela, só sei como chegou até as minhas ... Datado de 1913, é comemorativo aos 300 anos da Dinastia Romanov, e só três anos antes do estouro da Revolução Russa. No centro do postal, da esquerda para a direita, Ivan, o Terrível (1530-1584), o príncipe Alexei (1904-1918) e seu pai, o czar Nicolau II (1868-1918). Alexei, suas quatro irmãs, a mãe, o pai, o médico da família, um servo e uma camareira foram assassinados pelos bolcheviques em 17 de julho de 1918, nos Urais.

OS HOMENS DE PRETO - OS GAUDÉRIOS.mpeg

Aqui começa minha história

O livro a caminho do fim. Prazo com todas as possíveis e imagináveis concessões de mãe para filho mimado: seis meses ... Setembro não conta ...

Imagem: cortesia Ulrike e Rainer Kolvenbach
Local: Streek bei Varel, Landkreis Friesland, Oldenburg, Baixa Saxônia
Os primeiros registros do clã Ruseler, datados de meados do século XVII, estão neste lugar.                          

Aqui começa minha história. Quando ela será concluída? Boa pergunta!
Hier beginnt meine Geschichte. Wann wird es fertig sein? Gute Frage!
"Die Ruselers von Oberhausen (Spuren der Familie in Brasilien)"
Os Ruseler de Oberhausen (Traços da família no Brasil)

domingo, 16 de setembro de 2012

As "lojas de antiguidades" estão cheias desses botins ...


Obviamente foram rapinadas para comércio. 

Devem ter sido negociadas por uma pequena fortuna cada uma. Casas antigas após a morte dos seus proprietários são pasto para urubus que vêm para saciar a fome pelos seus botins. 

Uma pena mas é assim, bem assim ...

sábado, 8 de setembro de 2012

Políticos latifundiários, de Juremir Machado da Silva

DESUMANIZAÇÃO
[Jorge Ritter]
A maior decomposição química

O homem se transformando em ratos

Ratos animais fugitivos

E os homens?

Os homens...

Que fujam.

Políticos latifundiários

Juremir Machado da Silva
Correio do Povo, 8 de setembro de 2012

Que país surpreendente este nosso Brasil. Quando a gente pensa que uma coisa é uma coisa, essa coisa já outra coisa. PP e Dem não são os partidos com o maior número de grandes proprietários de terra. Perderam a liderança para o PSDB e o PMDB. Continuamos originais. Somos talvez o único país do mundo com uma social-democracia latifundiária. O livro do jornalista Alceu Luís Castilho, "Partido da Terra, como os Políticos Conquistam o Território Brasileiro" (Contexto), explica como seu deu essa formidável mutação. Com base em dados fornecidos pelas candidatos à Justiça Eleitoral, apresenta,a com nomes, hectares e valores, quando estes não são sonegados, o mapa desses novos coronéis rurais.
Nossos representantes controlam mais de 2 milhões de hectares. Nada de extraordinário para 12.292 políticos. Uma porção de terra do tamanho de Sergipe. Com alguns ajustes, fica maior que Alagoas, Haiti e Bélgica. João Lyra refestela-se em 53.108 hectares. O ex-governador Newton Cardoso nem consegue chegar a 200 mil hectares . Contenta-se com 185 mil em 1.545 fazendas. A empresa de um certo Joaquim Reis explora esquálidos 500 mil hectares. Blairo Maggi, que foi do PPS, o ex-partido comunista, planta grãos em míseros 203 mil  hectares, sendo humilhado por seu primo, Eraí, que ocupa 380 mil hectares. Essa turminha com espírito cívico detém 1,2% do território brasileiro. Só ficamos atrás do Paraguai em concentração de terras. Alguns políticos, contudo, são modestos proprietários. O conhecido Geddel Vieira Lima só tem 10 mil hectares. Íris Resende não vai além de 21 mil. O pobre do Eunício Oliveira só tem 8 mil. A média de hectares por senador é modestíssima: quase mil.
Como conseguem eles viver assim? Um mistério.
Alceu Castilho é um chato. Dá muitos números enfadonhos. Fica mostrando que 211 políticos possuem mais de 2 mil hectares cada um. Prova que 346 possuem 77% dos 2 milhões de hectares declarados. Revela que 77 são donos de mais de 5 mil hectares cada um. Assinala que 29 deles cercam 612 mil hectares. Atenção, ignorantes, não venham falaar em latifúndio. Esse é um termo técnico variável por região e município. Um latifúndio por extensão precisa ter, segundo o autor, 600 módulos fiscais. Na região Norte, um módulo fiscal vai de 50 a 100 hectares. Ou seja, para ser latifúndio precisa somar 30 a 60 mil hectares. Prova de que o latifúndio esta praticamente extinto no Brasil. Castilho enfatiza: "Nenhuma terra brasileira com até 3 mil hectares seria, ainda, latifúndio por extensão". Restam os latifúndios por (falta de) exploração. Que coisa! Não?
Tem 31 políticos commais de 10 mil hectares cada um. Os prefeitos adoram a vida rural. Alguns não se controlam e usam trabalho escravo. Muitos compram terras longe dos seus currais eleitorais. Amam São Félix do Xingu, um município devastador e flamejante. Entre agosto de 2009 e agosto de 2010 teve 15,9 mil hectares de floresta queimados e 30,6% dos focos de incêndios do Pará. Vez ou outra, políticos esquecem de declarar alguns milhares de hectares ou de cabeças de gado. Inflam e desinflam preços. Chega a ter hectares a 13 centavos.

Ilustração: João Luís Xavier
Correio do Povo


sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Parabéns, Pátria Minha, pelo teu dia!

Pátria Minha
 
Vinicius de Moraes


A minha pátria é como se não fosse, é íntima
Doçura e vontade de chorar; uma criança dormindo
É minha pátria. Por isso, no exílio
Assistindo dormir meu filho
Choro de saudades de minha pátria.

Se me perguntarem o que é a minha pátria direi:
Não sei. De fato, não sei
Como, por que e quando a minha pátria
Mas sei que a minha pátria é a luz, o sal e a água
Que elaboram e liquefazem a minha mágoa
Em longas lágrimas amargas.

Vontade de beijar os olhos de minha pátria
De niná-la, de passar-lhe a mão pelos cabelos...
Vontade de mudar as cores do vestido (auriverde!) tão feias
De minha pátria, de minha pátria sem sapatos
E sem meias pátria minha
Tão pobrinha!

Porque te amo tanto, pátria minha, eu que não tenho
Pátria, eu semente que nasci do vento
Eu que não vou e não venho, eu que permaneço
Em contato com a dor do tempo, eu elemento
De ligação entre a ação o pensamento
Eu fio invisível no espaço de todo adeus
Eu, o sem Deus!

Tenho-te no entanto em mim como um gemido
De flor; tenho-te como um amor morrido
A quem se jurou; tenho-te como uma fé
Sem dogma; tenho-te em tudo em que não me sinto a jeito
Nesta sala estrangeira com lareira
E sem pé-direito.

Ah, pátria minha, lembra-me uma noite no Maine, Nova Inglaterra
Quando tudo passou a ser infinito e nada terra
E eu vi alfa e beta de Centauro escalarem o monte até o céu
Muitos me surpreenderam parado no campo sem luz
À espera de ver surgir a Cruz do Sul
Que eu sabia, mas amanheceu...

Fonte de mel, bicho triste, pátria minha
Amada, idolatrada, salve, salve!
Que mais doce esperança acorrentada
O não poder dizer-te: aguarda...
Não tardo!

Quero rever-te, pátria minha, e para
Rever-te me esqueci de tudo
Fui cego, estropiado, surdo, mudo
Vi minha humilde morte cara a cara
Rasguei poemas, mulheres, horizontes
Fiquei simples, sem fontes.

Pátria minha... A minha pátria não é florão, nem ostenta
Lábaro não; a minha pátria é desolação
De caminhos, a minha pátria é terra sedenta
E praia branca; a minha pátria é o grande rio secular
Que bebe nuvem, come terra
E urina mar.

Mais do que a mais garrida a minha pátria tem
Uma quentura, um querer bem, um bem
Um libertas quae sera tamem
Que um dia traduzi num exame escrito:
"Liberta que serás também"
E repito!

Ponho no vento o ouvido e escuto a brisa
Que brinca em teus cabelos e te alisa
Pátria minha, e perfuma o teu chão...
Que vontade de adormecer-me
Entre teus doces montes, pátria minha
Atento à fome em tuas entranhas
E ao batuque em teu coração.

Não te direi o nome, pátria minha
Teu nome é pátria amada, é patriazinha
Não rima com mãe gentil
Vives em mim como uma filha, que és
Uma ilha de ternura: a Ilha
Brasil, talvez.

Agora chamarei a amiga cotovia
E pedirei que peça ao rouxinol do dia
Que peça ao sabiá
Para levar-te presto este avigrama:
"Pátria minha, saudades de quem te ama...
Vinicius de Moraes."

Texto extraído do livro "Vinicius de Moraes - Poesia Completa e Prosa", Editora Nova Aguilar - Rio de Janeiro, 1998, pág. 383.