Orgulho!

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domingo, 29 de julho de 2012

Reabre Museu de Ecologia Fritz Müller


Foto: Fritz Müller

Reabre museu que recorda colega teuto-brasileiro de Darwin

28 de julho de 2012

Repórter Franciele Cardoso

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM BLUMENAU

Depois de quase quatro anos fechado, o Museu de Ecologia Fritz Müller finalmente voltou a receber visitantes em Blumenau (SC).
A casa onde funciona o museu sofreu com as fortes chuvas que atingiram a região em 2008 e que causaram deslizamentos no terreno. Os pilares da construção, erguida em 1852, ficaram expostos, e o museu foi fechado.



Fachada do Museu de Ecologia Fritz Müller, em Blumenau, SC, reaberto em junho depois de 4 anos fechado. O museu foi atingido pelas fortes chuvas de 2008. A casa, do século 19, teve problemas na sua estrutura. Crédito: Divulgação/Prefeitura Municipal de Blumenau <M> ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***</M>
Fachada do Museu de Ecologia Fritz Müller, em Blumenau, SC 
 Reaberto após quatro anos fechado

       Com um investimento de R$ 80 mil, que incluiu aterramento e paisagismo, o prédio foi recuperado e pode receber de novo o material das exposições, que tinha sido levado para as casas de funcionários.
Mas ainda faltam reparos, principalmente no assoalho, que cedeu alguns centímetros. Um muro terá de ser refeito, a fiação elétrica precisa ser trocada e algumas coleções serão recuperadas.
       A bióloga que trabalha no museu, Mabeli Espindola, afirma que já prepara um projeto para fazer uma revitalização completa. A ideia é ter ajuda de universidades públicas e da iniciativa privada para a tarefa.
       O museu leva o nome do naturalista alemão Friedrich Theodor Müller. Ele se mudou para o Brasil e se instalou em Blumenau em 1852, aos 30 anos, para pesquisar a fauna e a flora do país.
       Enquanto morou por aqui, Müller se correspondeu com cientistas importantes, entre eles Charles Darwin. O trabalho dele trouxe apoio empírico para a teoria da evolução.
       A casa que abriga o museu foi a residência de Müller por cerca de 20 anos. Em 1936, o imóvel foi desapropriado para dar lugar ao Museu de Ecologia, onde estão relíquias doadas por parentes do naturalista, como um microscópio e um relógio de parede.
       No museu, há seis salas que caracterizam os estudos realizados por Fritz Müller. Entre as peças, estão fósseis e ossos de espécies em extinção no bioma da mata atlântica e até lanças e utensílios indígenas da tribo xokleng, originárias do vale do Itajaí.
       Mas nem tudo está em Blumenau. Parte das coleções e pesquisas de Müller está no Museu Nacional da UFRJ, no Rio de Janeiro. Os originais de poesias estão espalhados em museus pelo mundo.

Fonte: Folha Ciência

OBS: Esta é uma história pouco conhecida. Tomei conhecimento dela na pesquisa realizada sobre o clã imigrante Ruseler. Surpreendi-me com a história de Friedrich Theodor Müller, inédita para mim e no Brasil? [RESA]

sexta-feira, 27 de julho de 2012

TENDÊNCIA ADVINDA DA CIDADE-LUZ

       O caso "Cine Teatro Coliseu" continua rendendo debates acalorados. Infelizmente, ao meu ver, todos sem aquele resultado prático que tanto se aguarda. Por quê? Porque a fachada está em adiantado processo de deterioração. Sejamos francos, a cor avermelhada não ajuda e as péssimas condições da edificação, também como agravante, podem fazer com que as pessoas que passam pela frente das ruínas tenham diversificadas reações entre as quais pensar coisas negativas sobre o local.
      Num olhar inicial, frente a frente com a decrepitude, pode-se pensar que "tá virado num lixo mesmo", por que insistir em conservar ...
       O assunto segue na pauta da imprensa local. Mas parece que estão chegando novidades sobre outro tema, que tem uma longa história ...
       Hoje surpreendentemente li a notícia do "leilão" do Unibanco, em fase conclusiva de restauração, que vai acontecer no dia 4 de agosto. Fiquei parecida com a Regina Duarte: "estou com medo" ... Gato escaldado ...
       Cachoeira possui hoje 12 prédios tombados entre os quais o Coliseu e a ex-casa de Câmara, Júri e Cadeia mais conhecida como 'antiga' Prefeitura Municipal (cuja situação é absolutamente CAÓTICAe PERICLITANTE).
       A cidade está em vias de tombar o 13º monumento: o Château D’Eau.

COLISEU 
HISTÓRIA
Inaugurado em 17 de fevereiro de 1938, tem estilo arquitetônico art déco. O prédio representa uma tendência cultural do cachoeirense em dispor de grandes casas de espetáculo. Tombado em fevereiro de 2008.

SITUAÇÃO
Até agora a Prefeitura não cumpriu a burocracia oficial para deixar proprietário e Cartório cientes do tombamento. A fachada, única parte tombada, está em ruínas. Sua situação é uma das mais preocupantes para o COMPAHC.

FUTURO
Não há nenhum projeto para o futuro do Coliseu. Mas há um entendimento do COMPAHC de que apenas a parte superior precisa ser preservada. É permitido que na parte de baixo seja feita por exemplo, porta de garagem.

FONTE: Jornal do Povo, 19 de agosto de 2010
http://www.jornaldopovo.com.br/site/noticias_interna.php?intIdConteudo=132491 
PATRIMÔNIO HISTÓRICO: Um futuro sem história para Cachoeira
Autora da matéria: repórter Patrícia Miranda


Foto: Primeiro aniversário do Cine Teatro Coliseu em 1939, Studio Aurora
Fonte: site oficial do Museu Municipal Patrono Edyr Lima
Obs: o filme parece ser "Heidi" com Shirley Temple?
Foto: Arquivo COMPAHC
No fórum do leitor de hoje, do Jornal do Povo, a arquiteta Elizabeth Prass Thomsen nos agraciou com uma aula"extra" sobre o prédio. Obrigada, Beth!

     "Numa Cachoeira com arquitetura predominantemente eclética do século XIX, o Coliseu foi muito inovador porque, em 1938, trouxe uma nova tendência de vanguarda na época, o art déco, divulgada inicialmente em Paris em 1925.
      Suas linhas geométricas e o coroamento escalonado culminando com o volume angular em chapa metálica, contendo a identificação “COLISEU” em 2 faces, ladeado por 2 pilastras com agulhas sobrepostas são características da primeira fase do estilo, que posteriormente sofreu outras influências, tornando-se mais aerodinâmico , com linhas arredondadas como no Astral (que é bem mais recente, inaugurado em 1953).
       Lembro também que o abaixo-assinado com 409 assinaturas de cidadãos cachoeirenses pedindo a preservação do Coliseu existe mesmo, não é uma lenda urbana. Está bem guardado num cofre, mas disponível a qualquer momento, para justificar seu tombamento."
Arquiteta Elizabeth Prass Thomsen

domingo, 22 de julho de 2012

ENCANTADA






E fez-se a luz, escreveu o Cesar. Luz, quero luz, pois, além das cortinas, há palcos azuis, escreveu o Chico Buarque.
Fotografou o Cesar Roos

 Dia destes escrevi um texto sobre o Guimarães Rosa e repeti a sua frase “As pessoas não morrem, ficam encantadas”. Foi nesta frase que pensei quando soube que a Nelda Scheidt havia morrido. Conversamos duas vezes nestes últimos meses. Levou de presente o livro do Templo Martin Luther, que muito me emocionou. Depois, um mês atrás, apareceu, com sua sempre elegância, trazendo o DVD “Detalhes do tempo”. Inclusive com um texto na capa que era parte de uma crônica minha no JP. Havia uma dedicatória. Acho que foi sugestão da Renate. Fiquei comovido e perguntei da vida. Falou-me da descrição arquitetônica do Chatodô e dos planos de uma viagem. Estava feliz com o livro e o DVD, como toda mulher fica feliz olhando seus filhos. Hoje tenho certeza de que ficou encantada. 

Carlos Eduardo Florence 
Jornal do Povo, 21/22 de julho de 2012

segunda-feira, 16 de julho de 2012

SID TIBI TERRA LEVIS

Sid tibi terra levis 
Que a terra te seja leve


Nelda, em primeiro plano, curiosa sempre, consultando literatura no Instituto Cultural Brasileiro-Alemão de Agudo

Hoje fez muito frio. Os cachoeirenses têm tido dias continuados
de temperaturas baixas. O julho gaúcho em sua plenitude ...
Hoje foi um dia de despedida.
Convivi poucos anos com a Nelda mas tenho a impressão de que
foram muitos, de tanto que aprendi com ela.
Raspei as moedas do meu cofre para adquirir o belo livro Templo
Martim Lutero - Patrimônio Histórico tombado.
Fiquei com receio de que os livros terminassem e eu ficasse sem
o meu exemplar. Que egoísmo!!!
Mostrei o exemplar ao meu irmão que nem pensou duas vezes.
E lá se foi a Renate e comprou mais um.
Adquiri vários DVDs Detalhes do Tempo que presenteei com muita satisfação. Ganhei dois de presente e um deles só poderia ser dela, que fez questão de alcançar um.
Olho para o livro e o DVD e enxergo a Nelda com sua equipe, horas e noites a fio produzindo e concluindo estes históricos registros; da Igreja Luterana Centro, da minha cidade natal, às inesquecíveis imagens de colunas, capitéis,  compoteiras,
esculturas, portões, grades, telhas, ninfas e templos.
Enxergo a Nelda captando com a perspicácia que
lhe era peculiar os detalhes, aqueles
que ainda fazem a cidade de Cachoeira
parecer bela.
No frio de ontem, de julho bem gaúcho, partiu para outra dimensão. Não deixou bilhete, nem recado na
secretária eletrônica, nem sequer um adeus
formal e tradicional.
Nelda foi levada pelo nosso querido Minuano gelado, deixou a todos nós suas lições, seu amor pelo belo, seus posicionamentos firmes,
seu bom gosto, cultura, educação e amor com gosto pelas obras que abraçava. Considero-me uma pessoa privilegiada por ter podido conviver com ela, trocar cultura e dar boas risadas.
No Cemitério do Alto fazia muito frio, querida Nelda.
E tu sabes que serás sempre admiração e saudade no meu coração.

Foto: Carmem Pruss, Ione Carlos e Nelda Scheidt
em frente ao Instituto Cultural Brasileiro-Alemão
de Agudo em viagem de estudos em 2009.