Orgulho!

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domingo, 23 de janeiro de 2011

HISTÓRIA, TESTEMUNHA DOS TEMPOS (CÍCERO): OLAVO BILAC VEIO A CACHOEIRA EM 1916


Única imagem encontrada de Bilac por ocasião da sua vinda a Cachoeira.
Nela, Olavo Bilac está "bem acompanhado" de cachoeirenses. Quem são eles e elas? Se alguém souber, por favor, entre em comunicação.
A imagem é de uma matéria jornalística do Jornal do Povo (Cachoeira Antiga, 4 de maio de 1975) e está guardada no Museu Municipal Patrono Edyr Lima.




HISTÓRIA, TESTEMUNHA DOS TEMPOS
OLAVO BILAC, EM CACHOEIRA

Estamos em plena República Velha ou República Café-com-Leite ou República dos Coronéis ou Primeira República. Iniciada com o golpe militar de 1889 foi posta a pique com a Revolução de 30, pelo torpedo Getúlio Vargas, o Pai dos Pobres. Não faltou amplo apoio dos gaúchos e cachoeirenses nas figuras de Borges de Medeiros e João Neves da Fontoura.

Estamos em Cachoeira do Sul, 14 de outubro de 1916, sábado. A cidade aguarda ansiosa a chegada de um visitante - Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac, o Olavo Bilac, o Príncipe dos Poetas. Como parte de um roteiro de promoção da Liga de Defesa Nacional, Bilac provinha de Porto Alegre para, posteriormente, dirigir-se a Santa Maria. Em Cachoeira,a Liga ocuparia a pauta juntamente com conferências políticas e literárias.

Olavo Bilac nasceu no Rio de Janeiro em 16 de dezembro de 1865 e faleceu em 1918, dois anos após a estada dele em nossa cidade. Foi contista, cronista, poeta parnasiano, abolicionista, republicano, conferencista, boêmio. Escreveu obras inesquecíveis como Língua Portuguesa, As Árvores, Nel Mezzo del Camin ... , Via Láctea. Escreveu conferências, ensaios,contos e textos. Faleceu solteiro e sem filhos. Participou intensamente da política e de campanhas cívicas. Foi membro-fundador da Academia Brasileira de Letras (cadeira nº 15).

E por sua atuação junto à campanha da Liga Nacional que Olavo Bilac marcou presença em Cachoeira ...

Renate Elisabeth Schmidt de Aguiar


Este poema, Velha Árvores, o professor de Língua Portuguesa e Literatura, Willy Simonis, declamava na sala de aula.
Bons tempos estes tempos que os professores de Língua Portuguesa e Literatura sabiam de cor poemas e sabiam repassá-los aos seus pupilos.
Bons tempos ...
Hoje o assunto é centrado na gramática, redação, provas objetivas, leituras obrigatórias, PEIES, Vestibular seriado, UFRGS,UFSM, simulados, ENEM, PROUNI, SISU, aprovação, classificação, ranking de escolas, cursos pré-vestibulares, listão, etc,etc,etc ...


VELHAS ÁRVORES
Olavo Bilac

Olha estas velhas árvores, — mais belas,
Do que as árvores mais moças, mais amigas,
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas . . .

O homem, a fera e o inseto à sombra delas
Vivem livres de fomes e fadigas;
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E alegria das aves tagarelas . . .

Não choremos jamais a mocidade!
Envelheçamos rindo! envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem,

Na glória da alegria e da bondade
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!




O que foi a LIGA DE DEFESA NACIONAL?

A Liga de Defesa Nacional foi fundada em 7 de julho 1916 no Rio de Janeiro, no Salão de Conferências da Biblioteca Nacional, por Olavo Bilac, Pedro Lessa e Miguel Calmon, sob a presidência de Rui Barbosa, que era favorável ao apoio brasileiro aos Aliados na Primeira Guerra Mundial. A guerra ajudava a popularizar a idéia do serviço militar obrigatório e reforçava a importância das Forças Armadas. Por defender a idéia do "cidadão-soldado" e do serviço militar como escola de cidadania, a Liga recebeu desde o início o apoio do Exército.

A divulgação dos ideais da Liga era feita por meio de livros, panfletos, discursos e viagens por todo país. Bilac, seu mais importante líder, definia sua ação como um "apostolado de civismo e patriotismo". Em suas palestras, enfatizava a importância do engajamento dos intelectuais na causa nacionalista, apontando-os como responsáveis pela defesa da pátria e pela modernização das estruturas sociais.

A campanha da Liga de Defesa Nacional conseguiu mobilizar a população das principais cidades do país, em especial os estudantes, empolgados por um sentimento nacionalista trazido pela guerra. Conseguiu também que no próprio ano de 1916 fosse realizado o primeiro sorteio militar. Dois anos depois, já se exigia carteira de reservista aos candidatos a cargos públicos.

Fonte: Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC) é a Escola de Ciências Sociais e História da Fundação Getulio Vargas.




continua ...

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