Orgulho!

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domingo, 30 de janeiro de 2011

PASSAGEIRO DA AGONIA - Linha do Tempo

LINHA DO TEMPO


Nível da Estação Férrea, guardado na casa do engenheiro Eduardo Minssen
Imagem: RESA


1850

O transporte ferroviário começou em 1850. No Rio Grande do Sul, a história ferroviária inicia em 1866, em meio ao debate entre a escolha do transporte fluvial pelo Rio dos Sinos ou a construção de uma estrada de ferro que ligasse o vale do Rio dos Sinos à capital.

1883
Nossa estação é inaugurada em 7 de março de 1883, na porção norte da Rua Sete de Setembro. O espaço imponente formado pela estação compartilhava com o Engenho Cachoeirense, Banco do Brasil, Banco Industrial e Comercial do Sul, o Sulbanco, canteiros, luminárias antigas e um lugar conhecido como Largo do Colombo ou Villagran Cabrita. 93 anos foi seu tempo nesta vida.

1973
Em 1973, na Vila Oliveira, desponta uma nova estação, cujo traçado da linha, a partir de agora, é periférico. Diante desta nova realidade, as atenções voltam-se para a estrutura localizada no coração da cidade, em área nobre e que era vista como um entrave à dinâmica da parte alta e baixa da cidade, dificultando sua comunicação. O então prefeito Pedro Germano e seu secretário municipal de Obras, Jorge Ilha, mobilizam-se rapidamente para adquirir junto à RFFSA a área desativada. Devido ao abandono e à ociosidade, o prédio da antiga estação rapidamente depreciava-se. O levantamento técnico da área do leito foi executado pelo arquiteto Augusto de Lima.

1974
A partir daqui, há um vácuo de ordens e contraordens. A partir daqui, dispersam-se as ações e reações. A partir daqui, há muito zunzum, como diz J. Muller (veja box), e misteriosos “bebês paridos por pais que hoje evaporaram”. O advogado Armando Fialho Fagundes lembra bem de muitas coisas, pois estava organizando a IV Fenarroz (1975/76). Seus contatos com Pedrinho eram diários. Segundo seu depoimento, os trechos urbanos dos antigos trilhos, mais ou menos da Rua Esperanto (Bairro Barcelos) até a BR 153, foram adquiridos pela Prefeitura, que pagou um preço mais ou menos simbólico, mas pagou. Os demais trechos a rede Federal iria tentar vender para os lindeiros (limítrofes). Alguns trechos foram comprados por eles, outros abandonados. Os descartados, porém, voltaram a ser ocupados pelos lindeiros que antes não teriam mostrado interesse.

DEZEMBRO - Em 22 de dezembro de 1974, a compra da área da RFFSA é considerada nova vitória de Pedro Germano. Pelas demais matérias jornalísticas da época esta notícia soou estranha porque o que se sabe hoje é que a área acabou sendo praticamente doada. Segundo correspondência enviada ao prefeito pelo superintendente e adjunto da rede, engenheiro Dovile Cavedon, o imóvel “poderá ser alienado através de cessão de direito por preço de avaliação, valor a ser reajustado por ocasião da formalização do negócio. O pagamento poderá ser efetuado mediante uma entrada de 20% do valor arbitrado e o restante em até 60 parcelas, sujeitas a juros e correção monetária".

1975
ABRIL - Em 6 de abril de 1975, nova manchete do Jornal do Povo: “Prefeito gestiona liberação da antiga área da RFFSA”. O título dela repercute a preocupação do prefeito Pedro Germano com a demora na solução do problema da aquisição da área da estação. É enviada ao diretor da RFFSA, Carlos Henrique Rupp, carta para orientá-lo a respeito do importante assunto, ao mesmo tempo que encaminha ao Legislativo projeto de lei solicitando autorização para aquisição da área. Em 17 de abril de 1975, a notícia que circula é a de que a Secretaria de Obras Públicas envia a Cachoeira do Sul uma equipe de urbanistas, chefiada pela arquiteta Mirna Grohs, a fim de levantar a área do antigo pátio de manobras da RFFSA e posteriormente elaborar projeto de urbanização da área. No dia 22 de maio de 1975, nova manchete confirma a aquisição da Estação Férrea com a viagem do prefeito a Porto Alegre. Confirmados os 20% de entrada e as 60 prestações. Com a efetivação dessa transação na capital, a Prefeitura estará em condições de entrar na posse imediata da área e o início das obras programadas.

JUNHO - Em 1º de junho de 1975, notícia de capa anuncia: “Prefeitura inicia amanhã obras na área que pertenceu à Viação Férrea”. No texto da matéria: “por deliberação do prefeito Pedro Germano e por solicitação da equipe indicada pelo deputado Otávio Germano, a Prefeitura começará amanhã os primeiros trabalhos junto à área recentemente adquirida da RFFSA, os quais constituirão inicialmente a demolição da murada que circunda a área”. A obra do século, tão anunciada por Pedro Germano e tão ansiosamente aguardada pela população, iniciou-se com a derrubada do muro de proteção. Neste momento, inicia-se um dos maiores desastres de perda de memória, uma navalha crava fundo e retalha parte da nossa história cachoeirense, para abrir finalmente a Rua David Barcelos.

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