Orgulho!

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terça-feira, 10 de abril de 2012

TITANIC - XI PARTE

Objetos resgatados

O leitor crer-me-á, se quiser: os escaleres a alcançar-nos, e nós a receber com uma enfuziada de desatinos os bons marinheiros que por nos salvar se não poupavam o trabalho e risco. Eles, assombrados do estranho acolhimento, encaram-nos com uma indulgência misturada de pasmo, entanto que nós vamos perdendo tempo precioso em afligir com injúrias os nossos salvadores.
Fortuna foi estarmos todos tão enfraquecidos; quando, não palavra de honra, teríamos pregado sovas naqueles homens a quem devíamos a vida.

Luxo e beleza para a 1ª classe, 46% dos 2208 passageiros

O oficial que nos salvou, prometeu solenemente aos seus colegas do Carpathia que os deixará esperar vinte anos, nada menos de vinte anos, antes de lhes acudir, se o céu lhe reserva a ventura de os encontrar sobre um barco virado, lá por aquelas alturas do Atlântico!

O belo lustre no abismo

Vamos enfim a baldear-nos. Os mais válidos deitaram-se resolutamente a nado, e puderam meter-se nos escaleres. Os outros, tolhidos do frio totalmente e colados à nossa famosa quilha por não sei que torpor dos músculos, foi mister empolgar neles e por fim içá-los como se fossem fardos.

Imagem no mínimo, surreal

Então se deu um incidente, duas vezes desastrado nesse lance extremo. Um certo lear, com excessiva pressa de se ver em salvo, levantou-se sobre a quilha em pé para saltar à barca próxima. O salto pôde dá-lo: mas um pé resvalou, e tão mofinamente caiu o infeliz sobre a borda do escaler, que partiu o crânio. Depois duma noite de luta brava com a morte, depois de ter vinte vezes desesperado de salvamento, ver-se já salvo e no mesmo instante acabar assim! ...

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