Orgulho!

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quarta-feira, 11 de abril de 2012

TITANIC - EPÍLOGO

Um pouco de conversa ...

CEM ANOS DE ABISMOS E MEMÓRIAS

O dia 14 de abril de 2012 marcará no calendário os 100 anos do desastre do gigante Titanic. E tantas e piores tragédias marítimas aconteceram, contudo, a do transatlântico Titanic segue batendo todas.
Em 30 de janeiro de 1945, o navio alemão Wilhelm Gustloff abarrotado de cerca de 9-10 mil refugiados de guerra (nunca se saberá ao certo), provenientes das terras do leste da Alemanha já tomadas pelos russos, foi atingido por três torpedos russos no Mar Báltico, por volta das 21 horas.

O fato ocorreu nas bordas derradeiras da II Guerra porque em maio a Alemanha estava oficialmente derrotada. Era ainda inverno e quase todos morreram afogados ou congelados. Quase não há imagens do "depois", então agora peço licença às imortais palavras de Joseph Conrad, da sua obra-prima "Coração das Trevas" - o horror, o horror - tanto para o Titanic como para o Gutsloff.
Mas o homem precisa dos seus mitos, de histórias melhor "digeridas" iceberg e torpedo possuem grafia diferente. Titanic rende especulações há cem anos e um blockbuster milionário, do diretor James Cameron. Particularmente, só aprecio a música - tocada.

E o William Gustloff?

O gigante partiu do porto inglês de Southampton em 10 de abril de 1912 com destino à "América", Nova Iorque. A bordo milionários, bagagens recheadas de valores, profissões diversas e evidentes indícios de arestas sociais, havia passageiros na 1ª, 2ª e 3ª classe. O navio partiu com 55% da sua capacidade. O Titanic era algo estrondoso e suas dimensões desafiaram os possíveis limites temporais da engenharia. Pouparam botes para ceder espaço ao luxo, dos 64 previstos havia a bordo 20. Dos que foram utilizados ao menos a metade, foi sub-aproveitada. Fala-se que, se tivessem sido usados mais ou menos racionalmente, 1100 pessoas poderiam ter sido salvas, quase metade do total de passageiros.
Dos sobreviventes, 75% eram constituídos de mulheres e crianças.
Na 3ª classe, uma legião de imigrantes direcionados à "América", um sonho latente inclusive de muitos brasileiros nos dias atuais.

As histórias, seus mitos e emoções deste famoso desastre permaneceram em transe por quase 73 anos até que, após muitas, caras e infrutíferas tentativas, finalmente o sarcófago foi encontrado placidamente e sinistramente adormecido.
Há um ano atrás Porto Alegre recebeu uma exposição de objetos resgatados do Titanic, cuja entrada possuía preços proibitivos, claro ...
Este texto da revista de 1943 é incrível, num português refinado e rico em vocabulário. Algumas coisas devem ter me escapado, pelas quais peço desculpas.
Claiton, obrigada por compartilhar conosco este relato surpreendente e emocionante!

Obrigada à D. Irene por guardar esta relíquia!

Vivemos a era dos descartáveis, o que haverá daqui 100 anos? Quiçá museus e bibliotecas ou algo parecido com o que presenciamos na cena final do clássico Planeta dos Macacos, com Charlton Heston?
Viajei neste drama e no dia 14 de abril de 2012, quando serão lembrados os 100 anos do naufrágio, nos daremos conta também que dos sobreviventes ninguém mais está nesta dimensão.

Tempus edax rerum ... (Tempo devorador das coisas, Ovídio)

Obrigada pela paciência da leitura!

Cordialmente,
Renate

3 comentários:

  1. Parabéns, Renate! Excelente trabalho! Liane

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  2. Parabéns, Renate! Excelente trabalho!

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  3. Obrigada pelo incentivo, Liane! Achei este resgate do Claiton sensacional. Apenas repassei o valioso depoimento para o blog para compartilhar este texto raro com mais pessoas.
    Abraços,
    Renate

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