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terça-feira, 1 de setembro de 2015

A barbárie do Estado Islâmico

O  que  é  e  o  que  quer  o  Estado  Islâmico?

Paulo Visentini*
Professsor de Relações Internacionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS
O arqueólogo Khaled e sua (nossa) amada Palmyra

Os nomes Estado Islâmico (EI) e Estado Islâmico e do Levante (EIIL) começaram a aparecer com frequência no noticiário em junho de 2014, após o grupo iniciar uma ofensiva no Iraque e tomar cidades importantes do norte do País. Porém, o EI ganhou destaque e passou a ser considerado uma das maiores ameaças da atualidade depois de divulgar dois vídeos com a execução de jornalistas americanos.


O Estado Islâmico é um grupo extremista islâmico sunita que conquistou territórios na Síria e no Iraque onde estabeleceu um Califado Islâmico. 
Segundo o Professor Visentini, o grupo, apesar de ser considerado terrorista, age mais como um exército que combate abertamente do que um grupo terrorista que comete atentados.

População do Estado Livre do Congo submetida à política infame do rei belga, Leopoldo II

O Califado é um modelo político criado no século VII, após a morte do profeta Maomé. Neste modelo, o califa é o sucessor do profeta, o chefe da nação e tem o poder de aplicar a sharia (a lei islâmica).

Sharia, isto é justiça?
Na ex-colônia belga, Estado Livre do Congo, o monstro rei Leopoldo II foi responsável pelas atrocidades
cometidas contra a população local como as desta imagem, mãos e pés decepados de pessoas e até crianças que
não cumpriam as metas de trabalho determinadas pelo colonizador.

O Estado Islâmico tem origem na Al-Qaeda (AQI). O grupo ficou enfraquecido e sem recursos depois que os Estados Unidos da América derrubaram o ditador Saddam Hussein e declararam ilegal se partido em 2003, marginalizando os sunitas como um todo. Em 2011, a AQI recebeu apoio financeiro para entrar na guerra civil síria ao lado dos rebeldes - apoiados pelo Ocidente. No mesmo ano, os EUA retiraram suas tropas do Iraque, abrindo espaço para a criação do grupo que adotou o nome Estado Islâmico do Iraque e Levante em 2013.
O grupo quer construir um estado islâmico sunita sob um regime radical. Em um primeiro momento, o foco é controlar territórios na Síria e no Iraque, mas líderes do EI já assinalaram a possibilidade de avançar para outros países como a Jordânia e Arábia Saudita no futuro.

Museu do Iraque após ser libertado pelos Estados Unidos da América

O Estado Islâmico chama a atenção por dois principais motivos:
* seu poder financeiro e
* sua crueldade.
Ação da Ku-klux-klan, EUA

Homossexual prestes a ser jogado do alto de um edifício

O grupo já comanda um grande território e tem ricas fontes de recursos como
petróleo. Em relação à violência é uma maneira de mostrar força e desestimular respostas ao seu avança, além de conquistar novos adeptos. O grupo é conhecido por EXECUTAR AS PESSOAS QUE SE RECUSAM A SE CONVERTER AO ISLAMISMO SUNITA e divulga imagens de suas crueldades, que incluem decapitação e crucificação.


Ainda antes de se chamar Estado Islâmico do Iraque do Levante, o grupo recebeu apoio financeiro para entrar na guerra civil síria contra Bashar Al-assad. Atualmente, o grupo controla um grande território entre o Iraque e a Síria e se tornou autossuficiente.

As principais fontes de recursos do EI são a cobrança de impostos nas áreas que domina, o roubo de bancos quando toma uma cidade (o grupo roubou US$ 429 milhões do banco central da cidade de Mossul, Iraque), contrabando de petróleo e a cobrança de resgates por cidadãos de outros países.

Atualmente, o grupo recebe pouco financiamento externo. Romain Caillet, especialista em movimentos islâmicos, o financiamento externo, incluindo valores recebidos de algumas famílias do Golfo, representa apenas 5% dos seus recursos.

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), avalia que há mais de 50 mil de combatentes do grupo na Síria. No Iraque, segundo Ahmad al-Sharif, professor de Ciência Política na Universidade de Bagdá, o EI possui entre 8 mil e 10 mil combatentes.
Escavações em Nippur, Iraque, no início do século passado

O Estado Islâmico está presente em cerca d 25% da Síria (45 mil km² e em aproximadamente 40% do Iraque (170 mil km²), um total de 215 mil km², o que equivale ao Reino Unido (237 mil km²), de acordo com Fabrice Balanche, geográfo especialista da Síria. 
Família síria presa na fronteira com a Macedônia
Execução deprisioneiros  poloneses pelos nazis

Os inimigos do grupo são os estados seculares e quem os apoia. Em primeiro lugar, o governo da Síria, que é secular, e do Iraque que é xiita. Os Estados Unidos da América se tornaram alvo do grupo pois combatem o EI com ataques aéreos desde o começo de agosto de 2015.
A história do Berço da Civilização virando entulho



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