Orgulho!

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segunda-feira, 23 de maio de 2011

ESTUDO ARQUITETÔNICO DE UMA CASA DE PORÃO ALTO

A casa das Bem-Bem é uma lenda cachoeirense. É a casa que hospedou D. Pedro II.
É a casa que em 1940 ainda conservava apoiadas na platibanda, uma série de oito esculturas de cerâmica alouçada, potes e pinhas.
Quatro das esculturas representavam as estações do ano e as demais as virtudes. Uma sabe-se que representava Apolo, deus grego da beleza e da juventude.
Esta monografia foi escrita em 1982 por Jussara Maria Motta Schumacher no seu curso de pós-graduação em História das Artes pela Faculdade de Música Palestrina, Porto Alegre.
Transcrevi-a porque percebi nas palavras da Jussara, há 29 anos atrás, seu espanto quando ela diz: "mais um patrimônio histórico da nossa cidade vai ser extinto". E também para que outras pessoas possam analisá-la e tirar suas conclusões.
Por que a majestosa edificação não foi preservada?
Na medida que obtiver mais imagens e/ou detalhes desta encantadora morada "mas nem tanto" (o andar de baixo servia de senzala), publicarei novas postagens.
Na foto antiga percebe-se a inexistência de janelas no andar da senzala, somente aberturas conhecidas como óculos.



Obs: na época desta fotografia, esculturas, potes e pinhas já tinham sido vendidos e a casa modificada para que o andar inferior servisse de comércio. No seu interior certamente pouco e nada restava do glamour do início do século XX.

INTRODUÇÃO

A presente monografia mostra uma construção que encerra as características próprias de um estilo arquitetônico bem definido: o NEOCLÁSSICO.
O objeto em análise é uma casa de porão alto que além de representar um grande marco histórico para a cidade de Cachoeira do Sul, desde a hospedagem de D. Pedro em 1846, mantém através dos tempos as suas principais características.
O trabalho foi iniciado com uma visita pela cidade à procura de prédios antigos e com tristeza foi constatado que mais um patrimônio histórico da nossa cidade vai ser extinto, a velha casa da Saldanha Marinho, "A casa que hospedou D. Pedro II" como todos a conhecem.
Talvez por saber que daqui a algum tempo uma nova construção a substituirá, a escolha caiu sobre a mesma, para que mais tarde, a quem interessar, fique alguma documentação, pois, atualmente nota-se pouco interesse na conservação de prédios antigos, visto as dificuldades encontradas em conseguir informações e dados concretos sobre a referida obra.
A Prefeitura Municipal só possui registros a partir de 1942. O Registro de Imóveis possui somente um inventário datado de 12 de Setembro de 1908, tendo como inventariante o Sr. José Antônio Machado de Araújo.
Deste modo, tornou-se difícil fazer um histórico sobre a arquitetura, e os dados conseguidos foram de pessoas da comunidade, dos proprietários do imóvel e álbuns sobre a cidade, onde encontram-se fotos da casa.
No decorrer do trabalho procurar-se-á mostrar a construção em duas fases: a primeira quando foi construída; a segunda como está atualmente, através de uma pequena análise e fotografias.
Este estudo possibilitou uma completa visão tanto do estilo enfocado como da época em que foi construído. Também, serviu de alerta para a importância da conservação de um patrimônio histórico.

Jussara Maria Motta Schumacher
Cachoeira do Sul, janeiro de 1982.


Fonte de Pesquisa: Museu Municipal Patrono Edyr Lima

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