Orgulho!

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domingo, 4 de outubro de 2015

O AFEGANISTÃO SEGUE SANGRANDO ...

O sofrimento do Afeganistão parece não ter fim

"Nos primeiros anos da minha juventude eu já tinha uma grande admiração pelo Afeganistão. Conhecia dele a estonteante paisagem geográfica exposta em velhas revistas da National Geographic.
Algumas vezes pensei que este seria um país que um dia eu teria interesse em conhecer assim como a Pérsia, cujas cidades famosas, Pasárgada, Persépolis e Susa sempre me atraíram, perdidas naquela paisagem inóspita iraniana.
Decorridos os anos, um dos sonhos parece que acabou. O belo Afeganistão está destruído. Milhares de afegãos fogem desesperados de seu país em guerra, um sofrimento que parece não ter fim.
Permanece o sonho do Irã, a antiga Pérsia. Um país teocrático com regras espartanas, mas que me parece ser seguro para um turista. Talvez estranharia a exigência do uso do véu, mas quem vai se importar com um véu ao se deparar com este país fascinante?"
[RES]

Fotos quase inacreditáveis dum Afeganistão "normal". 
Não que considere o uso de roupas ocidentais "normal" e as típicas do país, "anormal".
Normal naquele sentido, um país em busca do seu lugar ao Sol.

Estudantes de Medicina da Universidade de Cabul

Estudantes da Universidade Politécnica de Cabul

Do lado de fora do prédio da Rádio Cabul, 1961

Encontro informal de estudantes em Cabul, 1981

No dia 24 de dezembro de 1979, blindados do exército da URSS invadiram o Afeganistão sob o pretexto de garantir o cumprimento do Tratado de Amizade e Cooperação, assinado em 1978.

Enquanto se aproximava a meia-noite de 23 para 24, os soviéticos organizaram também uma formidável ponte-aérea com destino à capital Cabul, que seria desencadeada horas depois, envolvendo aproximadamente 280 aviões de transporte de tropa e cerca de três divisões com cerca de 8500 homens cada. Em poucos dias, os soviéticos já controlavam toda a cidade, tendo deslocado uma unidade especial para tomar de assalto o palácio governamental de Tajberg. Membros do exército afegão leais ao presidente Hafizullah Amin opuseram uma feroz, porém breve, resistência.

Ahmad Shah Massoud, o Leão de Panjshir. Formado em Engenharia pela Universidade de Cabul,
foi Ministro da Defesa do Afeganistão. Lutou contra a invasão russa e posteriormente contra os talibãs, como um dos líderes da Aliança do Norte. Foi assassinado por um "falso fotógrafo", aos 48 anos, dois dias antes do ataque às Torres Gêmeas.

O "Vietnã" russo
O interesse pelo Afeganistão remonta aos tempos da Rússia tzarista, devido ao interesse geo-estratégico, especialmente na saída para o Mar da Arábia. Em 1972, assistentes soviéticos foram enviados para treinar as forças armadas locais. Em 1978, os governos assinaram um acordo que permitiu o envio de 400 consultores soviéticos. Em dezembro do mesmo ano, a URSS e o Afeganistão assinaram o tratado de cooperação, que permitia a entrada de tropas soviéticas caso o governo afegão solicitasse.
Como o regime de esquerda do Partido Democrático Popular do Afeganistão havia se tornado dependente dos equipamentos militares e da assessoria soviética, e sentindo-se ameaçado por forças de oposição interna e de países vizinhos, autorizou formalmente o ingresso do exército soviético.
O fértil Vale do Bamiyan

Os soviéticos invadiram o Afeganistão para derrocar o presidente Hafizullah Amin, que não tinha conseguido enfrentar os mujahedin, inimigos da URSS ateia. Amim foi substituído por Babrak Karmal. A URSS justificou a invasão com a necessidade de preservar o regime esquerdista afegão de seus inimigos internos e externos e manter a "paz na Ásia Central".
Jogo de críquete. Herança inglesa?

Em 27 de dezembro, Karmal, líder exilado da facção Parcham do Partido Democrático Marxista do Povo, foi empossado como novo chefe de governo do Afeganistão. Simultaneamente, forças terrestres soviéticas vindas do norte avançavam sobre o território afegão.


A pavorosa burka
Os soviéticos, entretanto, viram-se diante de uma forte resistência quando avançaram para o interior. Os combatentes da resistência chamados de mujahedin viam os soviéticos ateus controlando o Afeganistão como uma profanação ao Islã, bem como sua cultura tradicional. Proclamando a jihad (guerra santa) contra os invasores, eles ganhavam o apoio do mundo muçulmano.


Os mujahedin empregaram táticas de guerrilha contra os soviéticos. Atacavam de surpresa em emboscadas para desaparecer em seguida entre as montanhas e grutas de uma geografia excepcionalmente complicada, causando grande destruição, importante quantidade de baixas e uma pressão psicológica elevada, sem que os guerrilheiros sofressem perdas ao evitar as batalhas campais. Os combatentes afegãos valiam-se de armamento capturado dos soviéticos e, principalmente, do MATERIAL BÉLICO QUE OS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA lhes forneciam.

O curso da guerra mudou definitivamente quando Washington passou a abastecer os mujahedin, a partir de 1987, com mísseis antiaéreos STINGERS, facilmente transportados e disparados dos ombros dos combatentes. Esse armamento permitiu-lhes abater regularmente helicópteros e aviões que voavam a baixa altitude.


Míssel antiaéreo Sting

Em 15 de fevereiro de 1989 o último soldado russo cruzou a fronteira de volta ao seu país por decisão de Mikhail Gorbachev. Já em 1988, desmoralizadas, as forças soviéticas haviam começado a deixar o campo de batalha.




A URSS perdeu 15 mil soldados mortos, sem contar os milhares de feridos. O impacto a longo prazo foi profundo. Primeiro, os soviéticos jamais se recuperaram das perdas em termos de imagem pública internacional e dos dispêndios financeiros, fatores que contribuíram significativamente para o fim da URSS em 1991.

Por outro lado, criou um terreno fértil para a ascensão de Osama Bin Laden, o corvo que havia sido alimentado pelos Estados Unidos da América e que anos mais tarde lhes furaria os olhos.


No Vale do Bamiyan, o fantasmagórico buraco onde outrora havia um dos famosos Budas
dos idos da Rota da Seda. Explodido pelos talibãs porque incitava a idolatria.
Minarete de Djan ou Jam, no Distrito de Sharak, Província de Ghor

Elaborado trabalho em tijolos, levando inscrição em azul, na parte superior.
Arquitetura e decoração excepcionais.
Localizado nas profundezas de um vale fluvial, ele se eleva com grande elegância e dramaticidade
por entre as montanhas, no coração de Ghur.

Com 65m de altura, é  datado do século XII

A INVASÃO DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

Em 2001 o Afeganistão foi invadido pelos Estados Unidos da América, logo após o ataque às Torres Gêmeas em 11 de setembro de setembro daquele ano. Osama bin Laden, líder da rede Al-Qaeda, assumiu a autoria dos atentados e se refugiava no país. Mas, antes disso, o Afeganistão já estava dominado pelo Talibã, grupo militante radical. Expulso do poder, o talibã lutou constantemente ao longo dos anos contra as tropas americanas. Estudos apontam que, desde 2001, mais de 150 mil pessoas morreram no Afeganistão.
Os refugiados afegãos estão presentes em mais de 80 países, mas um relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) aponta que somente dois deles concentram 96% dessa população: Irã e Paquistão. 

ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA BOMBARDEIAM HOSPITAL DA ONG 'MÉDICOS SEM FRONTEIRAS'

Em mais um infeliz episódio dessa guerra sem fim, foi bombardeado um hospital mantido por médicos voluntários.
O resto é silêncio!





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