Orgulho!

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sábado, 2 de maio de 2015

1945-2015: 70 ANOS DO FIM DA GUERRA NO FRONT OCIDENTAL

Portão de Brandenburgo, Avenida Unter den Linden
Varsóvia, 1939
“Não há longa noite que não encontre o dia”
William Shakespeare 

         Assim que foi designado chanceler da Alemanha, Hitler rapidamente instituiu uma ditadura de partido único, e os seus adversários foram intimidados e obrigados a se submeter. Logo que se viu firmemente no comando, Hitler começou a rasgar sistematicamente o Tratado de Versalhes. O serviço militar foi introduzido em 1935; a Renânia foi ocupada em 1936, a Áustria e os Sudetos foram tomados em 1938 e Memel (hoje Klaipe, Lituânia) , em 1939.
Os nazistas forneceram uma resposta radical e horrenda para a eterna pergunta: “Quem é alemão?”. Os velhos inimigos de Otto von Bismarck – os sociais-democratas, os cristãos politizados, os liberais com tendências esquerdistas – foram enviados para o exílio ou aprisionados em campos de concentração. A elite polonesa foi sistematicamente assassinada, e milhões de outros foram escravizados. A muito alardeada “comunidade racial” foi purgada de todos os elementos considerados perigosos e debilitantes como os deficientes físicos e mentais, os criminosos habituais, os homossexuais, os ciganos e os judeus. Eles eram segregados, esterilizados ou assassinados.

Berlin, 1945
Berlin, 1945
Frankfurt


Bismarck, frequentemente retratado como um diplomata genial, havia deixado um legado fatal. Ele havia se indisponibilizado permanentemente com a França, ao concordar com a anexação da Alsácia-Lorena, e depois conquistou a hostilidade da Rússia, primeiro em virtude da sua aliança com a Áustria-Hungria e depois ao desencadear uma guerra comercial. O seu inadequado envolvimento com o imperialislmo tornou a Inglaterra cada vez mais cautelosa com relação à nova Alemanha. Quando os seus sucessores começaram a construir uma armada de guerra, a Grã-Bretanha, humilhada pela Guerra dos Bôeres, buscou parceiros no continente e ingressou na aliança franco-russa, concretizando assim, o “pesadelo de coalizões”.


Gueto de Varsóvia
Museu Hermitage, São Petersburgo (Leningrado)
A política interna de Bismarck era tão desagregadora quanto a sua política externa era perigosa. Ele pintou uma imagem chocante dos supostos inimigos do Reich, dos quais os mais proeminentes eram os sociais-democratas, mas que também incluíam os católicos, os franceses, poloneses, alsacianos, dinamarqueses e, sempre que era politicamente conveniente, os judeus. Com uma lista tão abrangente de adversários, uma maioria de cidadãos era considerada estrangeira, ao passo que somente conservadores protestantes eram julgados verdadeiros alemães. O sistema começou a se desintegrar quando poderosas forças liberais e democráticas enfrentaram um conservadorismo obstinadamente resistente à mudança, apoiado pelo populismo antissemita racista. Quando a 1ª Guerra começou em 1914, essas tensões sociais e políticas foram temporariamente superadas em uma extraordinária exibição de unidade nacional, mas à medida que a guerra foi se arrastando, a nação se desintegrou. Quando a Frente Ocidental desmoronou em 1918, pouco depois da ofensiva especularmente bem-sucedida da primavera, a maioria dos alemães ficou chocada e foi pega de surpresa. O alto comando dPetetero exército havia ocultado o verdadeiro quadro e acusou as forças democráticas de apunhalar o exército pelas costas, causando a derrocada do país.
            Opondo-se ao Tratado de Versalhes que fora obrigada a assinar,  a Alemanha estava determinada a anular um acordo de paz que era hostil o bastante para que todos sentissem que era extremamente injusto, porém frágil demais para ser posto em prática. A determinação da Alemanha de anular o acordo de paz foi em parte dissimulada pelo Tratado de Locarno em 1925. Segundo esse documento, a Alemanha reconhecia a inviolabilidade das fronteiras definidas no Tratado de Versalhes e se comprometia a não a modificar pela força e a recorrer sempre no caso de necessidade a uma arbitragem internacional. Além aceitar a completa desmilitarização da Renânia. Em compensação, teria direito de entrar na Liga das Nações.
Contudo, uma grave crise econômica aliada a um completo colapso do sistema político possibilitou que as campanhas de Adolf Hitler e dos seus nacional-socialistas causassem um impacto ainda maior. A resistência à ameaça nazista foi enfraquecida pela incapacidade das forças democráticas de resolver as suas acentuadas diferenças com o objetivo de chegar a um denominador comum exequível diante de um perigo comum, bem como pela insensatez dos conservadores que imaginavam que poderiam usar Hitler para servir aos seus próprios propósitos.

A estarrecedora visão de Hitler não poderia se concretizar sem uma grande guerra, a qual, a princípio, pareceu que ele talvez fosse ganhar, apesar das advertências dos seus generais mais sensatos. Por meio de uma combinação mortal de furor ideológico e eficiência burocrática, Hitler perpetrou um crime de horror inimaginável, que ele acreditava ser a sua maior realização e seu maior legado – pelos quais as gerações seguintes seriam gratas. Este crime deixou um mundo em ruínas, com dezenas de milhões de mortos.
Em 1945, a Alemanha era uma pilha de escombros com uma população faminta. Era uma pequena Alemanha entre o Reno e o Oder, uma vez mais um vácuo de poder, dividida em quatro zonas de ocupação.

 Fonte: História da Alemanha Moderna, Martin Kitchen.

Vertreibung


Enigma



Pearl Harbor, 1941
O horror, o horror ...
URSS


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