Orgulho!

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terça-feira, 22 de março de 2011

EMIL WICHMANN: DE DEXHEIM PARA O BRASIL

Modesta biografia dedicada a uma de suas netas,
Rachel,
que partiu cedo demais.




Em 1871 é consumada a Unificação Alemã como obra do chanceler Otto von Bismarck.

Imagem: chanceler Otto von Bismarck

Após o término da Guerra Franco-Alemã (1870-1871), a França foi obrigada a ceder a região da Alsácia e Lorena e a pagar uma elevada indenização de guerra. Arrebatados pelo entusiasmo patriótico da guerra, os estados do sul da Alemanha uniram-se à Liga Setentrional Alemã, constituindo o Império Alemão ou "Reich". Em Versalhes, o rei Guilherme I da Prússia foi proclamado imperador da Alemanha, no dia 18 de janeiro de 1871.


Imagem: Kayser Guilherme I

A unidade alemã não foi o resultado de uma deliberação do povo, "de baixo para cima", mas de um pacto entre os príncipes, "de cima para baixo".
Bismarck governou dezenove anos como chanceler do império. Com uma decidida política de paz e de alianças procurou dar ao império uma posição forte dentro da nova constelação de forças na Europa.

Não tinha compreensão para com as tendências democráticas da época; considerava a oposição política como "inimiga do império". Lutou obstinadamente contra a ala esquerda da burguesia liberal, contra o catolicismo político e contra o movimento operário organizado. O operariado em franco crescimento foi alheado do Estado, apesar das leis sociais progressistas.

Bismarck foi demitido pelo jovem imperador Guilherme II, em 1890.

Imagem: Kayser Guilherme II

Guilherme II queria governar pessoalmente, mas faltavam-lhe para tanto conhecimentos e perseverança. Com seus discursos, mais do que com suas ações, ele transmitia a impressão de ser um tirano que ameaçava a paz. Sob seu reinado, a Alemanha deu início à "política internacional" que buscava recuperar o terreno perdido na corrida imperialista das grandes potências. Na política nacional, Guilherme II adotou uma linha reacionária, logo que viu não ter o sucesso rápido desejado na sua tentativa de conquistar a classe operária para um "império social".

Fonte: Perfil da Alemanha, 1996. Obra publicada pelo governo alemão e distribuída às embaixadas e consulados do país.


Nesta Alemanha que coligava com setores burgueses e conservadores que excluiu a sua maior força partidária - a Democracia Social - de qualquer participação no governo nasce Emil Wichmann que um dia na vida, como milhões de seus compatriotas, vai embora da Alemanha. Profissão: operário da construção civil.
Emil era filho de Gottfried e Bárbara, nascida Sander, Wichmann. Nasceu no dia 21 de junho de 1898 numa pequena cidade do estado Renânia Palatinado: Dexheim.


Foto: cortesia Sérgio Lovatto
Emil aparece à esquerda ao lado dos irmãos Fritz, Jacob e Johann (que está com a esposa Clara e o filho também chamado Johann). A foto é em Dexheim.


Emil muito jovem, por volta dos seus 16 anos já pegava no trabalho pesado como era muito comum na época: crianças e adolescentes trabalhavam duro muitas horas por dia.



Imagem: cortesia Sérgio Lovatto
Operários da construção civil numa obra em Düsseldorf
Data: abril de 1914
Emil (assinalado) está nesta época com 16 anos.

Dentro de quatro meses (1º/08/1914) dar-se-á o início da Primeira Guerra Mundial, da qual Emil tomará parte e dela sairá com sequelas que o acompanharão por toda a sua vida.



Imagem: Bodas de Ouro de Gottfried e Bárbara Wichmann (década de 20?)
Cortesia: Sérgio Lovatto

Emil não aparece na foto. O filho desgarrou-se da família e da Alemanha e já havia emigrado com 26 anos para o Brasil.
O ano é 1924, na vigência de leis brasileiras que enfraqueciam o processo imigratório até a Constituição de 1934 restringir a quota de imigrantes a 2% sobre o total já imigrado nos 50 anos anteriores segundo citação de Sílvio Aloysio Rockenbach
e Hilda Agnes Hübner Flores no livro Imigração Alemã, 180 anos - História e Cultura.

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