Orgulho!

Orgulho!

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

MERCADO PÚBLICO

MERCADO PÚBLICO
[Metade do século XIX - 1957]


O COMÉRCIO
28 de setembro de 1921

ADMINISTRAÇÃO ANNIBAL LOUREIRO

O Sr. Annibal Loureiro, acompanhado dos Srs. Conselheiros do Conselho Municipal, dirigiram-se para o recinto do Mercado Municipal a fim de inaugurar as obras executadas, tendo à sua passagem, a força da Guarda Municipal, que se achava formada à frente da Intendência, prestado as honras de estilo.




Chegados que foram a esse próprio municipal, novamente o Dr. Annibal Loureiro, entregando os melhoramentos ali introduzidos, ao uso do público. Visitadas as obras feitas a capricho pelo construtor José Mariné, passamos a descrevê-las pormenorizadamente, começando pelas instalações sanitárias.
As instalações sanitárias em linda construção com frisos de mosaico, paredes revestidas de baldosas brancas formando dois grupos distintos de construções, vêem-se os banheiros em número de dois e os mictórios num grupo e no outro quatro “water-closets” para homens e senhoras. Todos os serviços são feitos com água abundante e excelente ventilação nos quartos.
No centro do Mercado, em substituição ao poço que ali existia, foi levantada uma FONTE PÚBLICA, com duas bicas, dotada de quatro lâmpadas elétricas para a iluminação interna. A fonte, com a sua construção simples e elegante, apresenta lindo aspecto.




As velhas “bancas” de madeira, que existiam no centro do mercado, foram substituídas, vantajosamente, por outras construídas de tijolos e cimento perfeitamente alisado, aliando à sua solidez uma bela aparência de simplicidade e elegância.
A sua cobertura de zinco foi toda reformada e aumentada, de modo a ficarem as bancas resguardadas das intempéries.
Fora do Mercado, na face Norte, foi construído um BEBEDOURO para animais, que está destinado a prestar grandes benefícios aos animais dos veículos da cidade.
Como todas as demais obras, a sua construção é interessante e artística.
As obras do Mercado que acabamos de descrever, montaram aproximadamente a quantia de 20:000$000.
Terminada a visita às obras, falou o Dr. Arlindo Leal, saudando o operoso administrador do município, em nome do povo.
Seu discurso causou excelente impressão, tendo sido, ao terminar, muito aplaudido.
Logo após as 18 h., o povo que enchia o vasto recinto do Mercado entregou-se à Festa da Quermesse.



SETAS (da esquerda para a direita)
1] Mercado Público
2] Rua Sete de Setembro
3] Rua Milan Krás
4] Engenho de Arroz (sobrenome Pohlmann)

O COMÉRCIO
09 de janeiro de 1957


SEGUNDA-FEIRA PRÓXIMA TERÁ INÍCIO A DEMOLIÇÃO DO VELHO “MERCADO PÚBLICO”
O velho e tradicional Mercado Público acha-se em agonia, praticamente em seus últimos momentos.
Segundo informações, segunda-feira próxima, 14 de janeiro, terá início o começo do fim do velho e tradicional casarão. A picareta inexorável do operário romperá aquelas antigas paredes, cujo vulto, já em tempos idos extasiaram os cachoeirenses de então. Por certo não será fácil dizer da alegria e dor que no seu recinto foram vividos.
Precisamos considerar que, como tudo neste mundo, o hoje velho mercado ou pardieiro mesmo – já foi novo. E como tal, teve o seu encantamento. Já foi o ponto de convergências das elites. Ponto de mexericos, também. E por isso, dono de alguma graça e saudosas reminiscências.




Com a demolição do velho Mercado Público, lá se mais um marco da Cachoeira antiga.
O local do atual mercado será convenientemente ajardinado, estando prevista a construção de uma fonte luminosa, particularidade que por certo emprestará à Praça José Bonifácio um destaque todo especial.
O projeto de ajardinamento do referido local, está sendo elaborado pelos srs. Joaquim Vidal e Willy Haas, desenhistas da Secretaria de Obras Públicas Municipal. Neste projeto, está previsto a supressão do tráfego de veículos pela via de acesso que circunda o atual mercado. Todo o espaço será convenientemente ajardinado.
O material aproveitável da demolição que se processará, será empregado na construção do edifício do Quartel dos Bombeiros, que localizará em parte, o terreno hoje ocupado pelo almoxarifado da Prefeitura Municipal, na rua Riachuelo.



Foto: Fonte das Águas Dançantes (acervo pessoal)
A inauguração da Fonte das Águas Dançantes Artibano Savi ocorreu em 1968 no governo do Prefeito Arnoldo Paulo Fürstenau, no local do antigo Mercado Público.


Manchas

"Na Praça José Bonifácio tínhamos um mercado público que foi derrubado por ordem palaciana, sem consulta ao povo! Perdemos uma bela obra de arquitetura! Lá ficou um estrado e uma rua que o envolvia. Ela era o estacionamento da Rua 7. Desmancharam a rua, construíram bares para substituir lancherias “ambulantes-fixas” e nunca foram ocupados, mas o estacionamento foi diminuído. Sem consulta ao povo! A pérgola que lá existe, porque é sólida, desmancha no ar. O resto são manchas!"


LOTEARAM A HONORATO, Augusto de Lima
Jornal do Povo, 22/23 de março de 2008


Fotos: Arquivo Histórico
Pesquisa:
* Arquivo Histórico
* Museu Municipal Patrono Edyr Lima
* CACHOEIRA DO SUL, EM BUSCA DE SUA HISTÓRIA (Ângela Schumacher Schuh e Ione Maria Sanmartin Carlos)


Mais leituras:
CACHOEIRA ESTÁ MESMO PERDENDO SUA HISTÓRIA? [JORNAL DO POVO, 31 de março de 2007]
TRÊS PERGUNTAS PARA Elisabete Farias da Silva, professora de História e assessora técnica do Museu Municipal Patrono Edyr Lima


Enquanto isso, em Pelotas, segue a luta pela preservação/restauração do seu Mercado Público, localizado na Praça 7 de Julho e datado de 1847 ...


CORREIO DO POVO, 13 DE NOVEMBRO DE 2010
Caderno "Cidades"
Pelotas
Restauro avança

Após a transferência dos permissionários das salas externas do Mercado Central para o Shopping Praça XV, em Pelotas, a Marsul Engenharia, responsável pela restauração do prédio histórico, deu início às primeiras intervenções na área exterior. Segundo o secretário municipal da Cultura, Mogar Pagana Xavier, o trabalho passa a ser desenvolvido, simultaneamente, na parte interna e externa, com previsão de entrega entre maio e junho de 2011. Xavier explica que a obra no Mercado será agilizada por intermédio do deslocamento de funcionários do Casarão Seis, recentemente entregue à comunidade.
O serviço começou pela retirada dos azulejos e a quebra do reboco das primeiras entre as 50 bancas externas, que, além da requalificação estrutural, receberão nova instalação elétrica, hidráulica, telefônica e lógica. A empresa responsável pela restauração comunicou ao secretário da Cultura que todos os vidros das bancas localizadas pela Tiradentes foram quebrados por vândalos. "É lamentável que as pessoas não percebam a importância da obra e danifiquem o prédio dessa maneira. Em algumas das aberturas atacadas, foram quebradas vidraças restauradas no ano passado e que seriam reaproveitadas ao final do serviço", lamenta Xavier.



Foto:RBS Pelotas


Foto: Viviane Fonseca (Flick)

Nenhum comentário:

Postar um comentário