Orgulho!

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domingo, 22 de maio de 2016

REVOLUÇÃO RUSSA

A REVOLUÇÃO RUSSA


Este postal pertencia ao meu pai. Como foi parar nas mãos dele, não sei. Após seu falecimento, foi a vez da minha mãe guardá-lo. Hoje, é uma das jóias da minha coroa. Consta atrás a identificação dos soberanos russos: Pedro, o Grande; Alexander II; Alexander III; (novamente Pedro, o Grande); Nicolaus II, Nicolau II, Katharina II, Nicolaus I, Alexander I, Alexei Michailowich; Paul I; Elizabeth, Michael Feodorowschy; Kremlin; Palácio de Inverno; Residência Romanov; Nicolau II. O postal foi impresso em Moscou, 1913. As três fotos centrais, maiores, da esquerda para a direita: Pedro, o Grande; Alexei e Nicolau II.

Nicolau II e Alexandra caracterizados luxuosamente

INTRODUÇÃO

Alan Wood
Professor de História da Rússia
Universidade de Lancaster

"A Revolução Russa de 1917 é sem dúvida, o fato mais importante da história política do século XX. Um observador contemporâneo da Revolução, o jornalista John Reed, deu a seu famoso relato desses acontecimentos o título de Os dez dias que abalaram o  mundo, e os tremores e as reverberações provocados pela sublevação continuam a ser registrados ainda hoje. Setenta anos depois do evento (no momento em que escrevo), as ondas de choque emanadas da Rússia em 1917 provocam um impacto direto ou indireto em toda uma gama de problemas políticos, econômicos, ideológicos, diplomáticos e militares em todo o mundo. Uma avaliação das causas, rumos e consequências da Revolução Russa, portanto, não se restringe a uma simples questão de interesse histórico, mas é algo decisivo para que se tenha um entendimento adequado e bem informado do mundo político em que vivemos, e em que a União Soviética - como Estado e sociedade nascidos dessa Revolução - desempenha um papel de extrema importância.

John Silas Reed (1887-1920)

Livro 'Os dez dias que abalaram do mundo'
,                                                                      
Este 'panfleto' (no caso, o opúsculo de Alan Wood) se limita a um exame de causas e dos rumos da Revolução desde a emancipação dos camponeses-servos da Rússia em 1861 até a tomada do poder político pelos bolcheviques em outubro de 1917. Uma análise das consequências dessas profundas mudanças será deixada para um futuro estudo.
Por que iniciar o exame da Revolução de 1917 no ano de 1861? Não é necessário adotar a visão marxista-leninista da história para que se concorde com a opinião do próprio Lênin de que as sementes da Revolução foram lançadas ao solo quando da insatisfatória legislação que aboliu a servidão na Rússia em 1861.


Camponeses russos. Era a maioria da população. Todos iletrados. Repare na mulher da escada que está sem sapatos.

O ambíguo e contraditório programa de reforma administrativa que se seguiu ao Ato de Emancipação gerou novas forças sociais, políticas e intelectuais que, contudo, foram limitadas pelo rígido quadro político de um Estado absolutista e autocrático. É uma lei física, se não histórica, a que nos ensina que a força de pressão do vapor contido em um recipiente rígido, sem espaço para sua expansão, sem qualquer estrutura elástica ou válvulas de segurança, provocará uma explosão e estilhaçamento desse recipiente.


Um batalhão de mulheres, mais bem vestidas (inverno) participando de protesto

Essas perigosas forças e pressões, tanto latentes quanto ativas, podiam ser constatadas por qualquer um na décadas que antecederam o ano de 1917. A revolução sempre constou da agenda tanto da autocracia quanto da oposição. Os intelectuais russos constantemente falavam e escreviam sobre ela, os ativistas se organizavam para ela, o governo legislava contra ela, e as forças militares e policiais, combinadas entre si, estavam em constante alerta para sufocá-la. Mas foram as massas, o povo russo, que por fim a concretizou. As páginas que se seguem procuram descrever e analisar algumas das circunstâncias objetivas e alguns dos fatores subjetivos que contribuíram para esse processo, criando as tensões e contradições dentro do Império Russo que só poderiam ser resolvidas pela revolução. Antes, porém, é necessário identificar algumas das importantes características do regime czarista e as antigas tradições revolucionárias a ele opostas."


Este pequeno opúsculo é grandiosos em informações sobre as condições do Império Russo pré-revolucionário

Líderes da Igreja Ortodoxa Russa

Oficiais do exército do czar

Esta foto mostra o primeiro carro russo.
A troika que sustentava a autocracia: Igreja Ortodoxa, Exército e burguesia.
Fotos de Maxim Dmitriev

Se isto não é escravidão feudal, o que seria então?
Um dos símbolos da miséria do povo russo era os barqueiros
do rio Volga. estes homens eram usados como animais de carga,
rebocando barcos até as margens do rio. Se um deles
caísse doente, simplesmente recebia seu salário e era
abandonado nas margens do Volga. 



Exército russo pronto para ser MOÍDO na Primeira Guerra Mundial. Enquanto as bombas explodiam nos campos dantescos,
no Império Russo a Revolução avançava. Milhares de soldados russos desertaram por absoluta falta de condições para a luta, sem armas, sem alimentos, sem roupas adequadas, sem comando. Os oficiais não sabiam se atendiam o front da guerra ou defendiam os Romanov que estavam por um fio no Império.


Vladimir Ilitch Lenin
Disfarçado (peruca e barba raspada)
Refugiado na Finlândia
11.08.1917
Nicolau II e Alexandra com seus cinco filhos: Olga, Maria, Tatiana, Anastácia e Alexei (que era hemofílico)


Este lugar ficou desconhecido do mundo e dos russos por décadas. Somente após a queda do comunismo os restos mortais dos Romanov foram resgatados, identificados e estão enterrados hoje na Catedral de Pedro e Paulo em São Petersburgo.


Rasputin
Nos muros do Kremlin estão enterrados heróis nacionais como o cosmonauta Iuri Gagárin, o comunista norte-americano John Reed - autor do livro 'Os dez dias que abalaram o mundo', soldados mortos na segunda guerra e quase todos os líderes do governo comunista - Stálin, Leonid Brejnev, Iuri Andropov, Konstantin Tchernenko.
As exceções são Nikita Khruschov, que foi expurgado por ter denunciado os crimes de Stálin e Mikhail Gorbatchov, que está vivo.

"Culto à imagem"
Curiosidade:
O corpo de Lênin é mantido a uma temperatura e nível de umidade controlados dentro de uma caixa de vidro à prova de balas. Todos os anos, o processo de embalsamamento é renovado, o que pode manter o corpo no atual estado de conservação durante séculos.
"Minha opinião": enterrem seus restos!


Segundo a revista Galileu, cada vez mais partes do corpo de Lênin
são substituídas por plástico. 

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