Orgulho!

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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A CIDADE E SEUS POETAS


Os Poetas expuseram seu trabalho no Parque da Cultura

Em 2009 foi lançada a VII Coletânea dos Poetas do Vale, durante a 25ª Feira do Livro da cidade de Cachoeira do Sul, cuja patrona foi D. Ely Marciniak.
Quero despedir-me deste ano com algumas imagens realizadas durante a Feira bem como fragmentos selecionados das obras dos poetas que constam na Coletânea.
A 25ª Feira do Livro aconteceu no espaço da Feira Livre Municipal entre os dias 02 e 11 de outubro de 2009 e contou com variada programação.
Deixou saudades pois foram dias muitos bons e definitivamente inquietos.
E no fim, não poderia faltar para abrilhantar o encerramento a D. Chuva, fiel companheira que visita anualmente o evento, compartilhando com pessoas e livros um espaço que segue democrático e prazeroso.


Papai Noel Mensageiro
Ely Marciniak

Por sobre os povos
tão pobres
verteu-se o veio mais nobre
de humildade e tradição
Herdamos a bela árvore
o aconchego e os presentes
e ao bom velhinho barbudo
hospedamos com carinho
alegorias, canções.


Papai Noel, tão querido,
porque não trouxeste com a neve
as renas e teu trenó
também uma farta mesa

o bom salário que alegra,
a saúde e a educação,
a moradia almejada
e a confiança no futuro?


Volta lá, Papai Noel
e dá o nosso recado:
pergunta da exploração
poluição e pobreza.

Pergunta de dominação
distribuição de riqueza,
trilateral e outros planos
de desumano poder.


Foto: César Roos
O velho andarilho, conhecido como Paulinho do Capacete, por muitos anos perambulou por Cachoeira, enviando à cidade todos os dias o seu recado do quanto a injustiça reina entre nós ...


Pergunta, meu bom velhinho,
aos "homens de boa vontade"
que enquanto pregam amor

pregam também na cruz
seus miseráveis irmãos.



Patrona Ely acompanhada da também Poeta do Vale Neicla


Henrique Witeck apresentando-se no palco com seu grupo


Augusto de Lima e Júlio César Caspani na sessão de autógrafos


Poeta do Vale Rejane e sua filha


Poetas do Vale Jorge Correa e Célia Maciel

Abençoadas sejam as pessoas que iluminam
Nossas vidas com intenso brilho no olhar,
Os que têm calma, força e esperança
Abençoados sejam os puros,
De alma grande,
Sinceros,
De amor salutar.



Benção, Tiago Menezes de Vargas

Foto: professora Maria Helena Stracke, do Atelier Livre Municipal e seus pupilos



Felicidade
É caminhar no mato numa tarde quente
Molhar os pés
Atravessar uma pinguela banguela

Caminho da Felicidade, Jorge Ritter


Foto: da esquerda para a direita: Liselotte Klix, Jussara Ortiz, diretora da Biblioteca Pública João Minssen e a Patrona da Feira, D. Ely


A Poeta do Vale Camila, de jeans

jeans
surrado
simples
corte reto
sem segredo
como flor do mato
folha seca
força da terra
marca a linha litorânea
e me veste de contornos.

Velho Jeans, Zaira Cantarelli



Eu cruzava toda a cidade,
Tu sabes, fazendo fogueiras
As praças são testemunhas,
És o lastro de minha existência.


Contarei como foi, Diogo Lindenmaier, o Bagual


Eta minuano desigual
Que fica de tocaia atalhando invernadas
Prejudicando a engorda da boiada
Mas meu Patrão não me deixa mal
E nesta oração apelativa
A Nossa Senhora paixão contemplativa
Peço o amor de mãe incondicional


Oração contemplativa, Henrique Freitas

Cleiton e Henrique


Admiro os santos
Os loucos
E os poetas.
Os santos ...
Porque são loucos ...
Os loucos ...
Porque são santos.
E os poetas
Porque entendem
Muito bem
Os outros dois.


Inverossímil, Liane Korberg


Ah, se eu fosse presidente
daria ao povo o canto do galo
no alto de sua dignidade
e do pássaro o voo
de sua liberdade
para construir seu ninho
sem o ônus de sua canção


Se eu fosse presidente, Liselotte Klix


Uma das inconveniências da vida
é ser transmitida ao vivo,
não podendo refazer nenhuma cena! ...


Viver, Madalena Alverne Medeiros Silva
(Madalena aparece à esquerda e está acompanhada de Liane Korberg)



Perderá o livro o seu espaço
para a tecnologia?
Com todo o avanço
não há quem goste
do pão caseiro?


O livro, Magali Vidal Domingues

Magali


Fechou o tempo no céu
Fechou tempo tempo
Campo verde, campo inço
Campo campo
Campo árvore
Campo vida
Estrada vida
Dolorida


A Estrada, Renate Elisabeth S. Aguiar


Em meu ventre já eras palavras,
pontos de exclamação e poemas!

Para meu filho Douglas, Neila Santos



Eu minto, mas minha mão não mente
Eu finjo, mas o meu verso não é falso


Não me julguem por fora, Rejane Savegnago


O vaso desta violeta agonizante
Atingiu-o a peteca do menino,
De um chofre deveras insignificante
Que ninguém vaticinaria tal destino.


O Vaso, de Frederico Eduardo Wollmann
FOTO: da esquerda para a direita, D. Maria, mãe da Magali Vidal Domingues e avó da Gabriela, D. Gilda Lermen, D. Sara Claveaux Jardim, D. Isolda Zinn, o vaso, e o dono dele atingido pela peteca, Seu Frederico.


Quando foi a última vez que chorei
Foi num filme
Num casamento
Ou simplesmente por sentir
A vida de uma maneira triste.


Viver, Fernanda de Azevedo Crespo



Nunca mais
quisera acordar!
Não sentindo a tristeza desse mundo
e ao infinito
pela esfera
voar ... voar ... voar.


Quero sonhar, Ester Escobar



nas sombras da noite,
entrelaçados de desejos,
nas carícias dos beijos,
no silêncio dos porquês,
somos apenas entrega,
sem medo do adeus ...


A sombra do pecado, Clara Costa


Ei, menino que corre as calçadas em busca de mãos,
Sossegue menino, pare com este desatino, senta um pouco,
descansa desta correria, pareces passarinho que perdeu a mãe
Ei, menino, agora mais calmo, conta pra mim do porquê
deste teu jeito assim.


Menino, de Luís Antônio Silva Dias, Tonho


Por que procurá-la no mundo
se ela precisa surgir primeiro
dentro de nós?

Paz, de Gabriela Vidal Domingues


Cleiton e Gabriela



Quem somos nós
Seres abençoados ou elucubrados
Arcanos malditos?
Ou quem sabe ...
A fina trama
Dos infinitos desatinos.


Enigmático, de Félix Korberg


Sonhei com um mundo diferente
Onde não existiam correrias
Onde guerras eram somente de travesseiros


Inverdades de Douglas Machado


O mesmo roqueiro que reclama
é o mesmo artista que te desenha
O mesmo poeta que te ama
é o mesmo homem que te odeia
O que amor esconde
Somente ódio consegue enxergar.


O amor e o ódio de Cleiton Santos


Passam as nuvens sobrejacentes
Um frágil teto que vem tombando por todo lado.


Pôr-do-sol de Carlos Quadros



O que será o amor ...
A não ser o viés da virtude?


Vício e Virtude de Camila Rosa Matos



Somos todos sonhos
uma realidade discreta,
Cada um em sua forma poeta.


Portas abertas de Bedermino Betat Leite


Andamos de um lado para o outro
Procurando em vão nos encontrar
Pois como acharemos alguma coisa
Se não sabemos o que encontrar ...
A Nau dos Insensatos!


Almiro A. Martins da Silva

Foto: poetas Jorge Corrêa e Douglas Machado (sentado)


E uma vez na distância, sentimos saudade
Então deixamos o orgulho de lado
E perdoamos quem amamos de verdade


Atos e fatos de uma separação de Adroaldo Borba da Silva




Última foto do grupo presente por ocasião do encerramento da Feira do Livro 2009

O livro pode ser adquirido na Livraria São Paulo ou no Museu Municipal -Patrono Edyr Lima.

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