· Do caderno 'A saúde do Brasil'
'semináriosfolha'
Folha de São Paulo, 14 de maio de 2015
Foram capturadas algumas frases significativas de um calhamaço de 12 páginas:
# Em São Paulo, maioria que acaba de se formar em
Medicina é da elite, fez cursinho e nunca trabalhou na vida;
· # Os pais têm curso superior e ganham acima de 10
salários mínimos – condição de menos de 3 % da população brasileira;
· # Quem estuda Medicina no Brasil pertence a uma
elite muito distante da realidade brasileira em que 60% das pessoas vivem com
menos de um saláraio mínimo;
· # Afirma o presidente do Cremesp: “Acha que os
filhos dessa elite vão querer atnder os muito pobres? Trabalhar em periferias
ou áreas remotas? Não. Vão querer atender aonde vão ganhar mais”;
· # De cada CEM FORMANDOS EM MEDICINA NO BRASIL,
APENAS CINCO desejavam trabalhar em cidades pequenas;
· # Só um quinto dos recém-formados queriam atuar em
clínica geral, como nos programas de saúde da família;
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“A maioria já tem um padrão socioeconômico
elevado e quer mantê-lo. ESCOLHE AS ESPECIALIDADES VALORIZADAS pelo mercado,
mais ligadas a TECNOLOGIAS e NÃO a HUMANIDADES”, diz Daniel Knupp,
vice-presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade.
· # 70% das 1100 vagas de residência em medicina de
família ficam OCIOSAS todos os anos por falta de interessados. As vagas
correspondem a 10% do total oferecido em residência médica no país.
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# Mauro Luiz de Britt Ribeiro, vice presidente do
CFM (Conselho Federal de Medicina), diz que o médico é um profissional como
“outro qualquer”, atraído por leis do mercado. “Se o governo investisse em
políticas que garantissem melhor remuneração e condições de trabalho, haveria
mais procura”;
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# Hoje, quase 60% dos novos médicos são mulheres;
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# Entre os pontos positivos está o fato de a
mulher preferir especialidades básicas, como pediatria e ginecologia;
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# 361 pessoas abandonaram o programa federal ‘Mais
Médicos’, um número considerado pelo governo bastante inferior comparado aos
atuais 14.462 profissionais. Assim, ao todo, a taxa de desistência é de 2,5%,
sendo que A MAIORIA DOS DESISTENTES SÃO MÉDICOS BRASILEIROS;
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#Anunciado em 2013 como principal vitrine social
do governo Dilma, o “Mais Médicos” previa alocar profissionais principalmente
na rede BÁSICA DE SAÚDE em LOCAIS PRIORITÁRIOS, como CIDADES REMOTAS E
PERIFERIAS;
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# A vinda de médicos de Cuba garantiu que a meta
fosse atingida ( o governo queria chegar à marca de 13 mil profissionais em
2014). Hoje os cubanos representam 79% do total de médicos em atuação;
# Se os CUBANOS ainda predominam, na nova etapa do
‘Mais Médicos’, lançada neste ano, OS BRASILEIROS LIDERAM AS INSCRIÇÕES;
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# Frieza do médico é queixa comum entre pacientes;
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# Exame de avaliação REPROVA mais da metade dos
jovens em SP, mas não impede ninguém de exercer ofício;
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# O Brasil precisa melhorar a quantidade dos
médicos, mas também precisa de um número maior desses profissionais;
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# O país conta hoje com cerca de 1,8 médico por
mil habitantes e o governo federal trabalha com a ideia de chegar a 2,5 por
mil;
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# A carência é sentida principalmente por
prefeitos e governadores, que não conseguem manter um quadro de profissionais
compatível com a demanda e com seu orçamento;
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# O perfil do médico do século XXI é aquele capaz
de manter permanentemente atualizado e de trabalhar articuladamente com uma
equipe multiprofissional e com outros setores da sociedade, investindo na
promoção e proteção da saúde, de modo integrado ao meio ambiente e às
sociedades.
Do Caderno Especial da Folha de São Paulo.
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