Orgulho!
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
MÃE-DOCEIRA
Imagem: Célia junto à tenda Poetas do Vale, Feira do Livro 2009
A mãe andava de avental pela cozinha
os guris brincavam no quintal com carrinhos
de latas de azeite. A mãe era doce
quando fazia glacê branco bolo com recheio
e quando fazia de conta que xingava os filhos.
Eu ia para a janela cansada de lamber raspas de
leite condensado. Jamais sonhei a tristeza feito
calda grossa enquanto ela via o ponto do açúcar.
Mas nas sombras a tristeza escorria escaldante
E densa pelo meio dos dias que viriam anos depois
E que nos fez - os irmãos - perdidos uns dos outros
E da mãe-doceira para sempre.
Célia Maria Maciel, poeta cachoeirense.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário