Orgulho!

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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Marcus Tulius Cicerus empresta seu lugar para Khaled Mohamad al-Asaad


Khaled Mohamad al-Asaad
(1934, Tadmor [Palmira], Síria, 2015, Tadmor [Palmira], Síria.)

A partir de hoje, 30 de novembro de 2015, o blog trocou de nome.

Voltarão para Roma as sábias palavras de Marcus Tulius Cicerus, "Historia testis temporum, lux veritatis" e virá do Berço da Humanidade, da Síria, da cidade de Palmira, um novo título, o do arqueólogo que aprendi a conhecer, respeitar e chorar pelo seu assassinato para o qual não tenho palavras.


Oitenta e um anos de sabedoria. A existência dele associada ao seu trabalho
em prol da arqueologia foram um presentes aos homens!

O arqueólogo tinha 81 anos quando foi executado em praça pública, na frente de uma multidão de bestas, seu corpo profanado, pendurado num poste com sua cabeça aos pés. Seus braços estavam amarrados para cima e seu corpo encharcado de sangue. 

Foi interrogado durante um mês. Chris Doyle, diretor do Conselho de Entendimento Arábico-Britânico, afirmou que uma fonte síria o informara que o arqueólogo havia sido interrogado pelo EI sobre a localização dos tesouros de Palmira e executado quando se recusou a cooperar.


O arqueólogo junto aos reis da Espanha

Carregava um cartaz redigido pelos seus carrascos,  com palavras horripilantes que me fizeram lembrar as vítimas do nazismo que por uma vertente de razões, eram enforcadas, penduradas em praça pública com cartazes pendurados junto ao peito "esclarecendo" ao público o motivo daquela barbárie.

"Representante da Síria em conferências infiéis, gestor da coleção de ídolos de Palmira, leal ao Presidente da Síria, Bashar al-Asaad ..."


Dois dos seus filhos junto à homenagem ao pai

O arqueólogo Khaled tinha 81 anos e ajudou a preservar os tesouros arqueológicos durante meio século. Ele próprio era um tesouro para a arqueologia. Durante 50 anos ajudou a descobrir e a preservar muitas das peças do gigantesco e inestimável "puzzle" que é a cidade de Palmira, patrimônio da UNESCO que caiu nas mãos do autoproclamado Estado Islâmico em maio de 2015.

Howard Carter de Palmira



Para Amr al-Azm, antigo diretor dos laboratórios de ciência e conservação da Síria, era "impossível escrever sobre a história de Palmira", ou sobre qualquer coisa relacionada com Palmira, sem mencionar o trabalho de Khaled al-Assad.

"É como falar sobre Egiptologia sem referir Howard Carter"  , disse Amr al-Azm ao jornal britânico  The Guardian, referindo-se ao arqueólogo inglês que descobriu o túmulo de Tutankhamon, em 1922.

A Veneza de Areia

Assim conhecida, a antiga cidade síria de Palmira está localizada na beira de um oásis de palmeiras e jardins. Era um centro rico de caravanas entre os séculos I e III, às vezes independente e em outros momentos sob controle de Roma.

Inacabado, o teatro romano remonta ao século II d.C., quando Palmira era um dos centros culturais mais importantes do mundo antigo. Em meados do século XX, foi restaurado e utilizado como um local para o festival anual de Palmira...




Um oásis cultural
Tetráfilos

Ainda hoje, a paisagem está repleta de colunas greco-romanas antigas, arcos, templos e anfiteatros. Parte deste patrimônio já foi destruído, como o Templo de Bel (séc. I d.C.)


Templo de Bel - DESTRUÍDO!

Obras publicadas por Khaled Mohamad al-Asaad

Asaad, Khaled (1980). Nouvelles découvertes archéologiques en Syrie. Damascus. Direction général des antiguités  et des musées.

Asaad, Khaled; Bounni, Adnan (1984), Palmyra, Geschischte, Denkmäler, Museum. Damascus.

Asaad, Khaled (1995). "Restoration Work at Palmyra". ARAM Periodical.

Gawlikowski, Michael; Asaad, Khaled (1995). Palmyra and the Aramaeans. ARAM periodical 7. Oxford: The ARAM Society for Syro-Mesopotamian Studies.

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